Secretário de Agricultura defende medidas para proteger a cacauicultura baiana diante do avanço das importações

O secretário de Agricultura da Bahia, Pablo Barrozo, defendeu o fortalecimento da cadeia produtiva do cacau durante reunião da Associação Comercial da Bahia, em Salvador. Ele apontou a concorrência com o cacau importado, especialmente da Costa do Marfim, como desafio central. Entre as medidas sugeridas estão assistência técnica, reforço das barreiras fitossanitárias e fortalecimento da CEPLAC. O secretário destacou que soluções dependem de diálogo entre governo e setor produtivo.
Reunião da Associação Comercial da Bahia (ACB) reúne empresários, produtores e autoridades do setor agropecuário. O secretário estadual da Agricultura, Pablo Barrozo, defende políticas para fortalecer a cadeia produtiva do cacau baiano diante da concorrência internacional.

O secretário da Agricultura da Bahia, Pablo Barrozo, afirmou nesta terça-feira (09/12/2025) que o fortalecimento da cadeia produtiva do cacau depende de medidas concretas para equilibrar a concorrência com o produto importado, especialmente da Costa do Marfim, país que lidera a produção global e que, segundo o secretário, opera sob padrões fitossanitários distintos dos exigidos no Brasil. A declaração foi feita durante a última reunião do ano da Associação Comercial da Bahia (ACB), realizada na sede da entidade, no bairro do Comércio, em Salvador.

O encontro reuniu empresários, comerciantes e lideranças do setor produtivo, tendo como destaque a exposição da presidente da Associação Nacional dos Produtores de Cacau, Vanuza Barroso, sobre os desafios enfrentados pela cacauicultura brasileira. Convidado pela presidente da ACB, Isabela Suarez, o secretário participou do debate e defendeu ações estruturantes para o setor.

Na intervenção, Barrozo reconheceu as dificuldades enfrentadas pelos produtores e sinalizou preocupação com o impacto das importações sobre o mercado interno. Segundo ele, o cacau importado chega com custos inferiores e padrões sanitários diferentes dos exigidos ao produtor nacional, o que gera assimetria competitiva.

“Não podemos competir com o cacau da Costa do Marfim, que não segue os mesmos ritos fitossanitários e obrigações que nós temos aqui no Brasil. Precisamos olhar e ver que forma vamos equacionar todo esse comércio relacionado à cadeia produtiva do cacau”, afirmou.

Ao detalhar propostas para fortalecer a produção regional, o secretário destacou a necessidade de assistência técnica qualificada, o fortalecimento da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (CEPLAC) e a ampliação das barreiras fitossanitárias, mecanismos considerados essenciais para proteger o setor e promover competitividade. Ele defendeu ainda que o Estado atue em parceria com o setor privado e associações para ampliar investimentos, melhorar processos e acelerar a modernização tecnológica nas lavouras.

Barrozo afirmou que a Secretaria da Agricultura mantém agenda aberta para diálogo com produtores e entidades representativas, reforçando que o enfrentamento das dificuldades requer unidade entre governo e setor produtivo.

“A Secretaria de Agricultura está à disposição para conversar com todos para unirmos forças pelo cacau da Bahia e está de portas abertas para atender os produtores, sempre de forma certa, direta e totalmente justa”, declarou.

Retomada da competitividade da cacauicultura

A manifestação de Pablo Barrozo sinaliza um movimento político e institucional relevante para a retomada da competitividade da cacauicultura baiana, setor historicamente estratégico para a economia do estado. A menção às importações destaca um ponto sensível: a pressão do cacau estrangeiro sobre preços internos, sobretudo quando há diferença nos padrões de controle sanitário, tributação e ambiente regulatório, tema recorrente entre produtores.

O fortalecimento da CEPLAC surge como demanda recorrente e representa uma chave histórica da produção cacaueira. Contudo, para que as propostas avancem, será necessário consolidar ações concretas em políticas agrícolas, defesa sanitária, crédito rural, inovação e mercado, evitando que o debate permaneça apenas no campo declaratório. A reunião da ACB demonstra que o tema envolve não apenas o setor agrícola, mas também comércio, indústria e exportação — dimensões que exigem articulação técnica e política contínua.


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