Desafios à Multipolaridade dos EUA e o Coletivo Ocidental na Arena Global é tema de discurso do ministro Sergei Lavrov na ONU

Sergei Lavrov: Muitos dos discursantes que me antecederam já expressaram a ideia de que nosso planeta comum está passando por mudanças irreversíveis. Uma nova ordem mundial está nascendo diante de nossos olhos. Os contornos do futuro estão sendo criados por meio da luta, entre a Maioria Mundial, que defende uma distribuição mais equitativa dos benefícios globais e da diversidade civilizacional, e entre os poucos que usam métodos neocoloniais de subjugação para manter seu domínio fugaz.
Sergei Lavrov: Muitos dos discursantes que me antecederam já expressaram a ideia de que nosso planeta comum está passando por mudanças irreversíveis. Uma nova ordem mundial está nascendo diante de nossos olhos. Os contornos do futuro estão sendo criados por meio da luta, entre a Maioria Mundial, que defende uma distribuição mais equitativa dos benefícios globais e da diversidade civilizacional, e entre os poucos que usam métodos neocoloniais de subjugação para manter seu domínio fugaz.

No último sábado, durante a 78ª Assembleia Geral das Nações Unidas, Sergei Lavrov, ministro das Relações Exteriores da Rússia, proferiu um discurso contundente abordando temas cruciais da política internacional. O diplomata russo fez críticas contundentes às ações do Ocidente, acusando-o de manter uma mentalidade neocolonial que busca preservar sua dominação global. Lavrov também destacou a importância da igualdade soberana entre os Estados e o papel das organizações internacionais na busca de uma ordem mundial mais justa.

Lavrov começou seu discurso enfatizando as mudanças irreversíveis que o mundo está vivenciando, com uma nova ordem mundial emergindo. Ele destacou a luta entre a “Maioria Mundial”, que busca uma distribuição mais equitativa dos benefícios globais, e os poucos que usam métodos neocoloniais para manter seu domínio. O ministro afirmou que o Ocidente tem historicamente resistido ao princípio da igualdade e não alinhamento, fazendo promessas que não cumpre.

O ministro russo lembrou eventos históricos que marcaram a relação entre Rússia e Ocidente, como os planos para uma operação militar contra a União Soviética após a Segunda Guerra Mundial. Ele também mencionou o desrespeito às garantias de não expansão da OTAN para o leste da Europa, levando a uma crescente militarização na região.

Lavrov alertou para exercícios militares conjuntos recentes dos Estados Unidos e aliados europeus que envolvem cenários de uso de armas nucleares no território russo, o que considerou uma ameaça irresponsável. Ele também denunciou os esforços para expandir a influência da OTAN na região Ásia-Pacífico, incluindo a formação de alianças político-militares sob o controle dos EUA.

O ministro russo criticou a tentativa do Ocidente de impor suas “regras” ao mundo, destacando a rejeição das propostas russas para garantias de segurança mútua na Europa sem alterar o status não alinhado da Ucrânia. Lavrov ressaltou a importância de organizações como o BRICS e a Organização para a Cooperação de Xangai, que buscam um lugar justo na arquitetura multipolar emergente.

O discurso de Lavrov concluiu com um apelo à reforma da arquitetura de governança global, enfatizando a necessidade de representatividade equitativa nas instituições internacionais. Ele destacou a importância de um G20 despolitizado e chamou a atenção para a reabilitação de nazistas em alguns países europeus, questionando seu compromisso com os princípios das Nações Unidas.

Chanceler russo apela por reforma da governança global: o que isso significa?

O discurso do ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, na 78ª Assembleia Geral da ONU, provocou debates sobre os desafios enfrentados pelos EUA e seus aliados europeus da OTAN. A Sputnik consultou o analista de diplomacia geopolítica e econômica Robinder Sachdev, presidente-fundador do Instituto Imagindia, para esclarecer estes tópicos.

Um ponto marcante levantado pelo ministro russo em seu discurso foi a questão dos dois pesos e duas medidas dos políticos ocidentais, afirmou Sachdev, comentando a preocupação do presidente francês Emmanuel Macron com a expansão do BRICS, ao mesmo tempo que aparentemente ignora a interferência da OTAN na região Ásia-Pacífico.

Sachdev, embora reconheça a ONU como plataforma vital para abordar questões sociais, afirma que a organização não consegue lidar adequadamente com a segurança global, o que demonstra a ineficácia das principais instituições internacionais existentes. Segundo o analista, a ONU tem enfrentado ineficiências, obstáculos burocráticos e a incapacidade de resolver questões geopolíticas complexas.

“A minha visão geral é que a ONU é uma plataforma muito bonita, mas não é uma plataforma eficaz”, ressaltou.

Dessa forma, o analista enfatizou a necessidade de reforma das Nações Unidas, para eliminar as ineficiências na prestação de ajuda e na obtenção de resultados tangíveis. Para concluir, Sachdev apresenta uma perspectiva sombria, mas pragmática sobre a mudança da política global.

“A realidade do mundo é que o mundo está se tornando multipolar. O mundo de hoje está se tornando uma matriz […] E nesta nova matriz mundial, que está em construção, haverá múltiplas ligações, equações, pressões”, afirmou.

Leia +

Tensões globais e a emergência de uma Nova Ordem Mundial | Por Sergei Lavrov


Discover more from Jornal Grande Bahia (JGB)

Subscribe to get the latest posts sent to your email.

Facebook
Threads
WhatsApp
Twitter
LinkedIn

Deixe um comentário

Discover more from Jornal Grande Bahia (JGB)

Subscribe now to keep reading and get access to the full archive.

Continue reading

Privacidade e Cookies: O Jornal Grande Bahia usa cookies. Ao continuar a usar este site, você concorda com o uso deles. Para saber mais, inclusive sobre como controlar os cookies, consulte: Política de Cookies.