Formada por dez países de uma das regiões com maior dinamismo econômico do mundo, a ASEAN (Associação de Nações do Sudeste Asiático) tem se tornado uma peça-chave no fortalecimento das relações comerciais com o Brasil. Nos últimos 20 anos, o comércio entre o Brasil e os países da ASEAN experimentou um crescimento extraordinário, passando de US$ 2,9 bilhões (R$ 14 bilhões) em 2002 para impressionantes US$ 34 bilhões (R$ 164,9 bilhões) em 2022, um aumento notável de 1.072%. Essa relação contribuiu significativamente para o superávit de US$ 73 bilhões (R$ 354,2 bilhões) acumulado pela balança comercial brasileira nos primeiros nove meses deste ano.
O documento “Áreas de Cooperação Prática”, lançado recentemente pelo Conjunto de Cooperação Setorial Brasil-ASEAN, delineia diretrizes para os próximos cinco anos de colaboração em setores cruciais como segurança, economia e cultura. O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, ressaltou a importância dessa parceria, destacando o esforço conjunto para consolidar laços mais estreitos.
Valter Peixoto, pesquisador em comércio exterior e idealizador do projeto MenteMundo, enfatiza que, apesar do crescimento impressionante, há ainda desafios a superar, especialmente na esfera cultural. Peixoto argumenta que o entendimento da cultura é vital para negociações eficazes e ressalta a necessidade de ir além do estigma de ‘exótico’ associado à região, compreendendo a riqueza histórica e singularidade dos países do Sudeste Asiático.
Quais são os países da ASEAN? Formado por Brunei, Camboja, Cingapura, Filipinas, Indonésia, Laos, Malásia, Mianmar, Tailândia e Vietnã, a ASEAN já representa a quinta maior economia do mundo, com PIB de US$ 3 trilhões (R$ 14,5 trilhões). O Brasil tem ampliado sua presença na região, notavelmente nas exportações de produtos do agronegócio, como carne e soja.
Valter Peixoto ressalta a assinatura do acordo de livre comércio entre Cingapura e o Mercosul, além das negociações em andamento com o Vietnã. Esses acordos implicam na redução de barreiras tarifárias, beneficiando setores como agricultura e commodities, enquanto produtos de alta tecnologia, como circuitos variados e peças automotivas, lideram as exportações do Sudeste Asiático para o Mercosul.
O especialista enfatiza o papel crucial do Sudeste Asiático no cenário internacional, destacando o crescimento populacional da região e seu impacto no consumo de produtos brasileiros, especialmente no agronegócio. Peixoto vê a aproximação entre os blocos como um passo significativo para fortalecer a região e promover uma nova ordem mundial.
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