Com menos de dois meses de mandato, o presidente argentino, Javier Milei, se depara com sua primeira greve geral, marcada para esta quarta-feira (24/01/2024). A paralisação de 12 horas, iniciada ao meio-dia, é vista como uma resposta aos debates sobre as reformas propostas pelo governo, especialmente na esfera trabalhista. Uma peculiaridade desse movimento é o apoio público de pequenos e médios empresários à desregulação das relações de trabalho.
A greve, organizada pelos principais sindicatos, envolve uma manifestação em frente ao Congresso, com expectativa de reunir 200 mil pessoas. Surpreendentemente, a Confederação Geral do Trabalho (CGT), maior central sindical do país, optou por manter o transporte público até as 19 horas, em uma tentativa de facilitar a participação dos manifestantes.
A discussão sobre as reformas, marcada para o dia seguinte no plenário da Câmara de Deputados, intensifica as tensões. Os sindicatos buscam revogar um decreto que propõe uma reforma trabalhista e rejeitar um pacote de leis que impacta as relações de trabalho. Enquanto alguns enxergam essas iniciativas como instrumentos para promover o emprego, outros veem uma ameaça às conquistas dos trabalhadores.
O movimento sindical, historicamente ligado ao peronismo, enfrenta uma divisão de opiniões, refletindo-se nas estatísticas de aprovação ao presidente Milei. A sociedade argentina, agora polarizada, acompanha de perto os desdobramentos dessa greve que, em apenas 44 dias de governo, coloca Milei na história como o presidente que mais rapidamente enfrentou uma paralisação geral.
*Com informações da RFI.
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