Delegado da PF envolvido em esquema de espionagem na Abin é exonerado

Diego Galdino, secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública substituto, assina a exoneração do delegado Carlos Afonso Gonçalves Gomes Coelho, envolvido em investigações sobre esquema de espionagem na Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
Diego Galdino, secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública substituto, assina a exoneração do delegado Carlos Afonso Gonçalves Gomes Coelho, envolvido em investigações sobre esquema de espionagem na Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

Em um desdobramento chocante, o delegado da Polícia Federal (PF) Carlos Afonso Gonçalves Gomes Coelho foi afastado de suas responsabilidades como coordenador de aviação operacional da Coordenação Geral de Apoio Operacional da Diretoria Executiva da corporação. A decisão, formalizada pelo secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública substituto, Diego Galdino, ocorre em meio a intensas investigações que apontam sua suposta participação em um esquema de espionagem ilícita dentro da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

Na época em que o ex-diretor-geral da Abin, Alexandre Ramagem, ocupava a liderança da agência, Carlos Afonso exercia o cargo de secretário de Planejamento e Gestão. Ramagem, atualmente deputado federal pelo Rio de Janeiro pelo Partido Liberal (PL), foi alvo da recente operação Vigilância Aproximada, conduzida pela PF na última quinta-feira.

As alegações em torno do escândalo envolvem a possível “instrumentalização” da Abin para monitoramento ilegal de diversas autoridades, pessoas envolvidas em investigações e adversários do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O foco do crime recai sobre o uso do software First Mile, uma ferramenta de geolocalização que permitia a identificação das movimentações de pessoas através de seus dispositivos móveis.

As investigações apontam que Ramagem e Carlos Afonso atuaram para obstruir a divulgação da irregularidade, interferindo em apurações disciplinares e anulando um processo administrativo disciplinar relacionado ao tema. A operação da PF, autorizada por decisão judicial do ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal (STF), revelou que o sistema de monitoramento foi empregado de fevereiro de 2019 a abril de 2021. O relatório de Moraes destaca a participação da “alta gestão” da Abin, incluindo Ramagem e Carlos Afonso, na tentativa de conferir uma aparência de legalidade ao uso irregular do software.

*Com informações da Sputnik News.


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