Produção de grãos na Bahia apresenta queda em 2024, apontam IBGE e Conab

Levantamentos do IBGE e da Conab indicam redução na produção de cereais, oleaginosas e leguminosas no estado da Bahia para o ano de 2024.
Levantamentos do IBGE e da Conab indicam redução na produção de cereais, oleaginosas e leguminosas no estado da Bahia para o ano de 2024.

A estimativa de produção agrícola para a Bahia em 2024 aponta para um cenário de redução na colheita de cereais, oleaginosas e leguminosas, segundo os levantamentos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) do IBGE, analisado pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), projeta uma safra total de 11,4 milhões de toneladas, representando uma queda de 5,8% em relação ao ano anterior.

De acordo com Carla Janira Nascimento, técnica da SEI, o fenômeno El Niño foi determinante para o cenário adverso enfrentado pelas regiões produtoras, afetando negativamente as condições climáticas e, consequentemente, a produtividade das lavouras. As principais reduções foram observadas nas culturas de soja e milho, dois dos pilares da agricultura baiana.

A área plantada na Bahia, estimada em 3,52 milhões de hectares pelo IBGE, apresentou leve recuo de 0,3% em comparação com o ciclo anterior. O rendimento médio esperado para as lavouras baianas também sofreu uma queda de 5,6%, atingindo 3,25 toneladas por hectare.

A produção de soja, que desempenha um papel crucial na economia agrícola do estado, está projetada em 7,53 milhões de toneladas, indicando uma redução de 0,4% em relação ao ano anterior. A área destinada à oleaginosa teve uma estimativa de cerca de 2,0 milhões de hectares.

Já o milho, com suas duas safras anuais, apresentou uma estimativa total de 2,38 milhões de toneladas para 2024, representando uma diminuição significativa de 23,1% na comparação com 2023. A primeira safra, projetada em 1,70 milhão de toneladas, registrou uma queda de 27,7%, enquanto a segunda safra, com 681 mil toneladas, apresentou um recuo de 8,6%.

O algodão, por outro lado, mostrou uma tendência de crescimento, com a produção estimada em 1,76 milhão de toneladas, um aumento de 1,3% em relação ao ano anterior. A área plantada para a fibra expandiu-se em 3,0%, alcançando 375 mil hectares.

Para a cana-de-açúcar, o IBGE estima uma produção de 5,54 milhões de toneladas, refletindo um aumento de 1,4% em comparação com 2023. Enquanto isso, a produção de cacau está projetada em 123 mil toneladas, um crescimento de 2,7% em relação ao ano anterior.

Na outra ponta, o café apresenta uma safra estimada em 270 mil toneladas para 2024, um aumento de 9,4% em relação a 2023. Esse aumento é impulsionado por um crescimento substancial na produção de café arábica, projetada em 116 mil toneladas (aumento de 15,7%), enquanto o café canéfora tem previsão de 153 mil toneladas (crescimento de 5,1%).

Outras culturas como banana (920 mil toneladas), laranja (628 mil toneladas) e uva (62 mil toneladas) também foram analisadas no levantamento, apresentando variações positivas ou negativas modestas em relação ao ano anterior.

Enquanto isso, a Conab, em seu nono levantamento para o ciclo 2023/2024, estima uma produção total de grãos na Bahia em 12,19 milhões de toneladas, o que representa uma redução de 9,0% em comparação com a temporada anterior. A área plantada, por sua vez, registrou um aumento de 1,4%, atingindo 3,81 milhões de hectares, com um rendimento médio de 3,20 toneladas por hectare.

A produção de algodão, segundo a Conab, está projetada em 1,63 milhão de toneladas, com um incremento de 6,8% em relação ao ciclo anterior. O feijão, por sua vez, mostra uma tendência oposta, com uma produção estimada em 338 mil toneladas, refletindo um aumento de 17,0% na comparação anual.

A soja, apesar do aumento na área plantada, deve apresentar uma redução de 3,1% na produção, totalizando 7,48 milhões de toneladas. Já o milho, com uma safra estimada em 2,85 milhões de toneladas, indica uma queda de 27,4% em relação ao ciclo anterior, destacando-se as quedas significativas nas produções das duas safras do cereal.


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