O Plano Real, marco na história econômica do Brasil, completa 30 anos com um legado complexo que continua a influenciar a dinâmica financeira do país. Implementado em 1994 para conter a hiperinflação, o plano trouxe estabilidade, mas também deixou consequências profundas, como altas taxas de juros e um câmbio sujeito a volatilidades, segundo análise de especialistas ouvidos pela Agência Brasil.
A Taxa Selic, principal instrumento de controle monetário, tem estado no centro de debates políticos recentes. A manutenção dos juros em 10,5% ao ano pelo Banco Central desencadeou críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao presidente do BC, Roberto Campos Neto, intensificando a volatilidade no câmbio.
Desde sua criação, o Plano Real adotou como estratégias principais a âncora cambial e os juros elevados. A professora de economia da Fundação Getulio Vargas (FGV), Virene Matesco, explica que o câmbio sobrevalorizado inicialmente visava a conter a inflação importada, enquanto os juros altos serviam para atrair capital estrangeiro e controlar o consumo interno.
Alexandre Espírito Santo, economista-chefe da Way Investimentos, observa que o sistema de metas de inflação substituiu a âncora cambial, mas os juros altos persistem como ferramenta para manter a inflação sob controle. Contudo, críticos como Leandro Horie, do Dieese, apontam que os juros elevados prejudicam a competitividade industrial e favorecem o agronegócio em detrimento de outros setores da economia.
A questão cambial também continua a ser um ponto de tensão, com períodos de sobrevalorização e intervenções governamentais para conter volatilidades. O economista Edmar Bacha, um dos idealizadores do Plano Real, destaca que reformas estruturais são cruciais para reduzir a dependência de medidas paliativas, como os altos juros.
*Com informações da Agência Brasil.
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