A Dívida Pública Federal (DPF) registrou um aumento de 1,02% em julho de 2024, ultrapassando a marca de R$ 7,1 trilhões, conforme divulgado pelo Tesouro Nacional nesta sexta-feira (30/08/2024). O valor passou de R$ 7,068 trilhões em junho para R$ 7,139 trilhões em julho, refletindo o alto volume de vencimentos de títulos prefixados e a emissão de novos papéis corrigidos pela Taxa Selic.
O relatório da DPF, originalmente previsto para ser divulgado em 28 de agosto, foi adiado devido à operação padrão dos servidores do Tesouro. A publicação foi realizada na noite de 30 de agosto, atendendo a uma determinação normativa que exigia a divulgação até o último dia útil do mês.
Apesar do crescimento registrado em julho, o estoque da DPF permanece dentro das previsões estabelecidas pelo Plano Anual de Financiamento (PAF) de 2024, que projeta um encerramento do ano com valores entre R$ 7 trilhões e R$ 7,4 trilhões.
A Dívida Pública Mobiliária Interna (DPMFi) também apresentou alta de 1% no período, subindo de R$ 6,754 trilhões em junho para R$ 6,822 trilhões em julho. Esse aumento foi impulsionado pela emissão de R$ 10,69 bilhões em títulos, com destaque para os papéis corrigidos pela Selic, que atraíram grande demanda dos investidores. Além disso, a apropriação de R$ 57,12 bilhões em juros sobre os títulos em circulação contribuiu para o aumento da dívida.
O Tesouro Nacional emitiu R$ 139,6 bilhões em títulos da DPMFi em julho, sendo R$ 98,83 bilhões destinados a papéis corrigidos pela Selic. Essa emissão foi fundamental para compensar os vencimentos de R$ 115,26 bilhões em títulos prefixados, que representam aqueles com juros definidos no momento da emissão. No total, os resgates em julho somaram R$ 131,94 bilhões, um valor significativamente superior ao registrado em junho, quando os resgates totalizaram R$ 12,34 bilhões.
No mercado externo, a Dívida Pública Federal externa (DPFe) cresceu 1,28%, passando de R$ 313,61 bilhões em junho para R$ 317,63 bilhões em julho. O aumento foi influenciado pela alta de 1,86% do dólar no período, devido ao atraso na redução das taxas de juros nos Estados Unidos. A alta do dólar foi parcialmente compensada pelo vencimento de um título de R$ 3,089 bilhões no mercado internacional.
O colchão da dívida pública, que é a reserva financeira utilizada para enfrentar momentos de turbulência ou grandes concentrações de vencimentos, também apresentou crescimento pelo terceiro mês consecutivo. Em julho, essa reserva aumentou de R$ 1,032 trilhão para R$ 1,105 trilhão, suficiente para cobrir 8,2 meses de vencimentos da dívida pública. Nos próximos 12 meses, o Tesouro prevê o vencimento de cerca de R$ 1,46 trilhão em títulos da DPF.
A composição da DPF também sofreu alterações significativas. A proporção de títulos corrigidos pela Selic subiu de 43,74% em junho para 44,95% em julho, refletindo o aumento da emissão desses papéis em função do alto nível da taxa de juros. Por outro lado, a participação dos títulos prefixados caiu de 22,67% para 21,33%, abaixo do limite mínimo previsto pelo PAF para o fim de 2024, que é de 24% a 28%.
Os títulos corrigidos pela inflação tiveram uma leve alta na participação, passando de 29,17% em junho para 29,28% em julho, permanecendo dentro do intervalo projetado pelo PAF, que é de 27% a 31% até o fim de 2024. A proporção da dívida pública vinculada ao câmbio, composta por títulos antigos corrigidos em dólar e pela dívida externa, subiu de 4,42% para 4,44% no mesmo período.
O prazo médio da DPF aumentou ligeiramente, passando de 4,02 para 4,03 anos, o que indica maior confiança dos investidores na capacidade do governo de honrar seus compromissos ao longo do tempo. As instituições financeiras continuam sendo os principais detentores da dívida pública interna, com 30,7% de participação no estoque, seguidas pelos fundos de pensão e fundos de investimento.
*Com informações da Agência Brasil.
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