Dia das Mães: uma reflexão sobre amor, memória e legado

Editorial celebra o papel transformador das mães e o vínculo eterno entre gerações.
Imagem simbólica retrata mãos entrelaçadas — gesto que expressa o amor incondicional entre mãe e filha, mesmo na ausência física.

Domingo, 11/05/2025 — No gesto silencioso de duas mãos entrelaçadas repousa a essência do que significa ser mãe. Não se trata apenas de um contato físico: é um elo simbólico que acolhe, sustenta, educa e orienta. A imagem capturada transcende o instante; revela uma presença que permanece, mesmo após a ausência física, marcando a memória e o coração com profundidade e eternidade.

Neste Dia das Mães, a homenagem dirige-se a todas aquelas que, com mãos firmes e ternas, moldaram vidas e semearam valores perenes. Cada ruga, cada anel, cada traço de tempo visível em suas mãos testemunha uma trajetória de luta, renúncia e dignidade. Mães são a raiz do que floresce com sentido — guardiãs do lar, da palavra que consola, do silêncio que orienta, do abraço que cura.

O papel insubstituível da maternidade

Datas como o Dia das Mães convidam à reflexão sobre o papel fundamental da maternidade na formação emocional, moral e espiritual dos indivíduos. Trata-se de uma função que transcende laços biológicos: é símbolo de amor incondicional, força silenciosa e presença constante, mesmo após a partida física.

A maternidade é marcada por sacrifícios diários, gestos discretos e uma entrega total, muitas vezes invisível aos olhos externos, mas determinante na formação do caráter dos filhos. Quando uma mãe parte, sua ausência deixa não apenas saudade, mas um legado concreto — vivo nas atitudes, valores e escolhas de seus descendentes.

O luto, a saudade e a gratidão

O processo de luto diante da perda materna é repleto de sentimentos complexos: dor, saudade, culpa, mas também gratidão. O vínculo entre mãe e filho, cultivado ao longo da vida por meio de pequenos gestos, palavras e silêncios, torna-se ainda mais evidente quando já não há presença física.

É comum que, nesse momento, surjam desejos de reafirmar o amor, de pedir perdão e de agradecer. Honrar a memória de uma mãe é perpetuar os princípios que ela cultivou: união, empatia, responsabilidade afetiva e superação.

A fé como elo entre dimensões

Em diversas tradições espirituais, a fé cumpre um papel fundamental diante da morte. Músicas, orações e poemas se transformam em recursos simbólicos para manter o elo com aquelas que partiram. A canção “Holy Mother”, composta por Eric Clapton e Stephen Bishop, e interpretada em dueto com Luciano Pavarotti, é um exemplo tocante dessa conexão espiritual:

Holy mother, hear my cry (Santa mãe, ouça meu clamor)
All I need is a hand to hold (Tudo o que preciso é de uma mão para segurar)
In your arms tonight… (Em seus braços esta noite…)

Assim como o célebre poema “Para Sempre”, de Carlos Drummond de Andrade, essas manifestações artísticas demonstram como o amor materno não é interrompido pela morte, mas transfigurado em orientação interior e refúgio emocional.

Herança moral e transmissão de valores

A maternidade é, para muitos, o primeiro contato com noções como generosidade, justiça, perdão e compaixão. Quando uma mãe parte, essas virtudes permanecem como herança moral, transmitida de geração em geração.

Os filhos, ao replicarem os gestos e princípios aprendidos, tornam-se guardiões da memória afetiva. Dessa forma, o amor materno, ainda que invisível, continua atuando como bússola ética e fundamento emocional. Essa é a verdadeira imortalidade da maternidade — não na matéria, mas na permanência espiritual.


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