A Polícia Federal, em conjunto com a Receita Federal, o Ministério Público Estadual da Bahia e a Força Correcional Especial Integrada (FORCE), deflagrou nesta terça-feira (26/11/2024) a Operação Patrocínio Indigno. A ação visa desarticular uma organização criminosa suspeita de obstruir investigações no âmbito da Operação El Patrón, ocorrida em dezembro de 2023. Segundo apurado, o grupo teria agido sob orientação de um advogado responsável pela defesa de um dos presos da operação anterior, destruindo provas armazenadas em meio digital.
A operação mobilizou agentes em duas cidades baianas, Feira de Santana e Serrinha, para cumprir três mandados de prisão preventiva, um mandado de prisão domiciliar e cinco de busca e apreensão, com base em decisão da 1ª Vara Criminal de Feira de Santana.
A Operação El Patrón, que serve de base para o desdobramento atual, havia investigado um esquema de lavagem de dinheiro e organização criminosa com alcance nacional. Naquela ocasião, foram realizados bloqueios de mais de R$ 200 milhões em contas bancárias, o sequestro de 26 propriedades urbanas e rurais e a suspensão de atividades econômicas de seis empresas envolvidas.
De acordo com os investigadores, a nova fase busca identificar todos os envolvidos no esquema de destruição de provas e obstrução de justiça. As penas previstas para os crimes investigados podem ultrapassar oito anos de reclusão, dependendo da gravidade das condutas apuradas.
Participaram da operação a Polícia Federal, a Receita Federal do Brasil, o Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas e Investigações Criminais (GAECO), a Força Correcional Especial Integrada (FORCE) e a Corregedoria Geral da Polícia Militar da Bahia (CORREG).
As autoridades destacam que a continuidade das investigações será fundamental para elucidar o envolvimento de outros suspeitos e garantir a responsabilização dos envolvidos.
O início da investigação federal
A Operação El Patron revelou uma complexa organização criminosa (ORCRIM) supostamente liderada pelo deputado estadual baiano Kleber Cristian Escolano de Almeida, conhecido como Binho Galinha (PRD). A investigação, conduzida pela Polícia Federal, Receita Federal e Ministério Público da Bahia, identificou crimes como lavagem de dinheiro, agiotagem, tráfico de drogas, exploração de jogos de azar e receptação de bens roubados.
Principais Pontos da Operação:
- Abrangência: Atuante por 10 anos, a organização operava em Feira de Santana, Salvador e outras três localidades.
- Impacto Financeiro: A movimentação ilícita foi estimada em R$ 100 milhões ao longo de uma década, com bloqueio de R$ 700 milhões em bens e contas bancárias.
- Apreensões: Incluem armas, dinheiro, documentos, cocaína e peças de veículos roubados, além do sequestro de 26 imóveis e 14 veículos.
- Conexões Criminosas: Envolvia 15 pessoas, incluindo policiais e familiares do deputado. A loja de autopeças Tend Tudo, de propriedade de Binho Galinha, era o núcleo das operações.
- Legado Político: Binho Galinha, preso em 2011 por outro caso, tornou-se deputado em 2022, mas agora enfrenta graves acusações que colocam em xeque sua trajetória política.
Situação Atual:
Embora denunciado, o deputado não foi preso devido ao foro privilegiado. Ele nega as acusações e se declara à disposição da Justiça. Contudo, as evidências indicam uma rede sofisticada, conectando o parlamentar a crimes graves e enriquecimento ilícito.
A Operação ressalta questões éticas na Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA) e a necessidade de maior rigor contra desvios no serviço público.
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