A Polícia Federal deflagrou, no dia 10 de dezembro de 2024, a Operação Overclean, que investiga uma organização criminosa responsável pelo desvio de aproximadamente R$ 1,4 bilhão em recursos públicos. As apurações indicam fraudes em licitações, corrupção, peculato e lavagem de dinheiro envolvendo empresas privadas, servidores públicos e agentes políticos. A atuação do grupo alcançou estados como Bahia, São Paulo e Goiás, com foco em contratos firmados por meio de emendas parlamentares e convênios com órgãos como o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS).
A operação resultou no cumprimento de 15 mandados de prisão preventiva e 43 mandados de busca e apreensão, além do sequestro de bens dos envolvidos. Dois investigados permanecem foragidos. A ação contou com a colaboração da Receita Federal e foi autorizada pela 2ª Vara Federal Criminal.
Entenda o esquema
O esquema utilizava contratos superfaturados com o DNOCS para desviar recursos públicos. Empresas de fachada e “laranjas” eram usadas para ocultar a origem dos valores desviados, enquanto interlocutores políticos facilitavam a liberação de verbas. A lavagem de dinheiro era realizada de forma estruturada, envolvendo transferências bancárias suspeitas e movimentações financeiras incompatíveis com a renda declarada pelos envolvidos.
Perfis dos supostos investigados
A investigação identificou 12 principais suspeitos e suas funções no esquema criminoso:
- Alex Rezende Parente – Empresário supostamente apontado como líder da organização, coordenava fraudes em licitações e negociava propinas com servidores públicos. É sócio-proprietário de diversas empresas envolvidas no esquema.
- Fábio Rezende Parente – Irmão de Alex, supostamente atuava como executor financeiro, realizando transferências bancárias e pagamentos ilegais. Utilizava contas bancárias de terceiros e empresas fantasmas.
- Lucas Maciel Lobão Vieira – Ex-coordenador do DNOCS, supostamente gerenciava contratos fraudulentos e definia diretrizes operacionais da organização. Foi destituído do cargo após relatório da CGU indicar sobrepreço em licitações.
- José Marcos Moura – Conhecido como “Rei do Lixo”, supostamente atuava na prospecção de contratos e cooptação de servidores mediante pagamento de propinas. Possui influência política em Salvador e outros municípios.
- Francisco Manoel do Nascimento Neto – Vereador eleito em Campo Formoso, supostamente tentou se livrar de dinheiro em espécie antes de sua prisão. É primo do deputado federal Elmar Nascimento.
- Flávio Henrique de Lacerda Pimenta – Ex-diretor da Secretaria de Educação de Salvador, suspeito de favorecer Alex Rezende em licitações.
- Clebson Cruz de Oliveira – Executava tarefas logísticas, supostamente como o saque de grandes quantias para pagamento de propinas.
- Kaliane Lomanto Bastos – Coordenadora na Secretaria de Infraestrutura de Jequié, supostamente acusada de liberar pagamentos mediante propina.
- Orlando Santos Ribeiro – Secretário de Governo em Itapetinga, supostamente facilitava contratos fraudulentos em troca de propinas.
- Diego Queiroz Rodrigues – Vereador em Itapetinga, supostamente recebia pagamentos ilegais com frequência.
- Geraldo Guedes de Santana Filho – Sócio de empresas que prestavam serviços ao grupo, supostamente cuidava de contabilidade e tratativas com agentes públicos.
- Evandro Baldino do Nascimento – Empresário do setor de construção, supostamente oferecia apoio logístico ao esquema em municípios baianos.
*Com informações do G1.
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