Presidente Lula defende integração latino-americana e parceria estratégica com a China

Presidente brasileiro afirma que crescimento da região depende de vontade política e cooperação com países dispostos ao desenvolvimento conjunto.
Presidente brasileiro afirma que crescimento da região depende de vontade política e cooperação com países dispostos ao desenvolvimento conjunto.

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, defendeu a integração econômica da América Latina e a ampliação da cooperação com a China, durante a abertura do IV Fórum CELAC-China, realizado em Pequim. O encontro reuniu chefes de Estado da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC) e autoridades do governo chinês.

Lula destacou que o futuro da América Latina depende de sua capacidade de união regional e de parcerias estratégicas com países como a China, que demonstram interesse em contribuir para o desenvolvimento sustentável e equitativo da região.

Integração regional como estratégia de desenvolvimento

Durante o discurso, Lula afirmou que a América Latina precisa construir soluções conjuntas para enfrentar os desafios estruturais da região. Segundo ele, a história do continente — marcada por invasões, intervenções externas e instabilidade política — reforça a importância da ação coletiva.

“Ou nós nos juntamos, entre nós, e procuramos parceiros que queiram, junto conosco, construir o mundo compartilhado, ou a América Latina tende a continuar sendo uma região que representa a pobreza no mundo de hoje”, declarou.

Déficit de infraestrutura e papel da China nos investimentos

O presidente brasileiro apontou que a falta de infraestrutura é um dos principais entraves à integração regional. Nesse contexto, destacou o papel da China como parceira no financiamento de projetos estruturantes e na ampliação do comércio.

De acordo com Lula, o investimento chinês tem contribuído para reduzir desigualdades sociais por meio de trocas comerciais equilibradas e investimentos em setores estratégicos, como transporte, energia e tecnologia.

Multilateralismo e comércio equilibrado

Lula também defendeu o fortalecimento do multilateralismo e do comércio baseado em regras justas como mecanismos fundamentais para países em desenvolvimento. Segundo ele, a busca por crescimento econômico sustentável exige relações comerciais equilibradas e cooperação internacional transparente.

“O futuro da América Latina não depende do presidente Xi Jinping, do presidente dos EUA, e nem depende da União Europeia. Depende pura e simplesmente de a gente querer ser grande ou continuar pequeno”, concluiu, em declaração feita na presença dos presidentes da Colômbia, Gustavo Petro, do Chile, Gabriel Boric, e do presidente da China, Xi Jinping.

China reafirma compromisso com América Latina

Durante sua participação no evento, Xi Jinping informou que o comércio entre a China e os países da América Latina ultrapassou US$ 500 bilhões em 2024, valor equivalente a cerca de R$ 2,8 trilhões. O presidente chinês reforçou o compromisso de seu governo em manter e expandir a cooperação com a região, com foco em investimentos, desenvolvimento tecnológico e inovação.

Contexto global e alinhamento com os BRICS

A visita de Lula ocorre em um momento de tensões comerciais globais, marcadas pela guerra tarifária entre China e Estados Unidos, intensificada após o retorno de Donald Trump à presidência americana. Analistas avaliam que a aproximação entre Brasil e China se insere no contexto de fortalecimento do bloco BRICS e da defesa de um sistema internacional multipolar.

*Com informações da Sputnik News.


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