O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cumpriu agenda, na última quarta-feira (28/05/2025), no município de Salgueiro (PE) para acompanhar o andamento das obras de ampliação da capacidade de bombeamento do Eixo Norte do Projeto de Integração do Rio São Francisco (PISF). A visita integra o programa Caminho das Águas, que reúne mais de 70 projetos de infraestrutura hídrica no âmbito do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
O projeto visa garantir abastecimento de água, desenvolvimento agrícola e econômico em regiões do semiárido brasileiro. A assinatura da ordem de serviço no valor de R$ 491,3 milhões permitirá a duplicação da capacidade de bombeamento na estação EBI3, no Ramal do Salgado, passando de 24,75 m³/s para 49 m³/s, beneficiando 237 municípios e aproximadamente 8,1 milhões de pessoas nos estados de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte.
“Nós tínhamos que resolver esse problema. São 179 anos desde que se pensou pela primeira vez na Transposição do Rio São Francisco, desde 1846, no tempo de Dom Pedro II. E tudo isso tinha um objetivo: garantir água potável para 12 milhões de pessoas do Semiárido brasileiro”, declarou o presidente Lula.
“Eu sei o que é viver sem água tratada. Quando cheguei à Presidência, tinha a imagem de pessoas andando léguas para buscar um pote de água. Foi por isso que decidimos executar essa obra”, completou.
O presidente também anunciou uma chamada pública no valor de R$ 10 bilhões, por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), destinada a projetos de desenvolvimento econômico e social no Nordeste.
Durante a cerimônia, o ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, afirmou que o momento representa um compromisso com a população nordestina.
“Aqui em Salgueiro, damos mais um passo para que a Transposição do São Francisco cumpra sua missão: garantir água para todos, o tempo todo, em todo o Nordeste”, disse.
“Essa obra oferece uma estrutura permanente, previsível e soberana. A assinatura feita hoje não representa apenas o início de uma obra, mas renova a certeza de um projeto de presente e de futuro, focado em quem mais precisa”, acrescentou Góes.
O ministro da Casa Civil, Rui Costa, destacou a retomada das obras.
“Há um Nordeste antes e depois do presidente Lula. A gestão anterior paralisou as obras do São Francisco, e agora o presidente está retomando para concluir até 2026, junto com a Ferrovia Transnordestina”, afirmou.
A governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, também reforçou a importância da iniciativa.
“É inadmissível que, no século 21, ainda existam mulheres carregando baldes de água na cabeça. Isso exige decisão política. O presidente Lula decidiu mudar essa realidade”, destacou.
O prefeito de Salgueiro, Fabinho Lisandro, ressaltou os impactos diretos do empreendimento.
“O projeto vai garantir segurança hídrica para 8 milhões de nordestinos. Com isso, vem também o desenvolvimento econômico para nossa região”, afirmou.
Caminho das Águas: expansão da infraestrutura hídrica no Nordeste
A Transposição do Rio São Francisco é a maior obra de infraestrutura hídrica do Brasil e da América Latina. Iniciada em 2007, no primeiro mandato do presidente Lula, a obra beneficia 12 milhões de pessoas em 390 municípios e 294 comunidades rurais, com investimentos que superam R$ 8,2 bilhões.
O programa Caminho das Águas, que engloba a transposição, reúne 70 ações, incluindo adutoras, ramais e reservatórios, distribuídos pelos estados da Bahia, Alagoas, Piauí e Maranhão, todos vinculados ao Novo PAC.
No último domingo (25/05/2025), a comitiva federal iniciou vistorias no Eixo Norte, em Cabrobó (PE), que possui 260 km de extensão e abastece quatro estados.
Na segunda-feira (26), foi inaugurada a Estação de Tratamento de Água de Palestina do Cariri, no município de Mauriti (CE). O sistema beneficia 32 mil pessoas, com investimentos de R$ 126,1 milhões, sendo R$ 112,4 milhões federais.
Na terça-feira, 27/05/2025, foi realizada uma visita técnica ao Cinturão das Águas do Ceará (CAC). Com 145 km de extensão e 83,49% das obras concluídas, o CAC é essencial para abastecer mais de 5 milhões de pessoas em municípios como Fortaleza e Juazeiro do Norte, com investimentos superiores a R$ 2 bilhões, dos quais R$ 1,7 bilhão são recursos federais.
O projeto tem previsão de conclusão até o fim de 2025, e é considerado essencial para garantir abastecimento humano, produção agrícola e resiliência hídrica no estado do Ceará.
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