Na terça-feira (12/08/2025), o cientista político Steven Levitsky, professor da Universidade de Harvard e coautor do livro Como as democracias morrem, participou do seminário Democracia em Perspectiva na América Latina e no Brasil, promovido pelo Senado Federal. Durante o evento, Levitsky elogiou a atuação do Supremo Tribunal Federal (STF) diante dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023 e do processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, afirmando que a resposta brasileira foi mais eficaz do que a dos Estados Unidos frente a Donald Trump.
O professor destacou que, diferentemente dos EUA, o Brasil possui memória histórica de regime autoritário, o que teria contribuído para que as instituições agissem rapidamente contra ameaças democráticas. Segundo ele, Bolsonaro enfrenta investigações, processos e impedimentos eleitorais, enquanto nos EUA houve menor reação social e institucional ao comportamento autoritário de Trump.
Levitsky avaliou que, apesar de crises econômicas, violência e escândalos de corrupção, as democracias latino-americanas têm demonstrado resiliência diante de desafios internos e externos, incluindo o crescimento da China e a atuação da Rússia. Ele alertou para o surgimento de líderes populistas que se aproveitam da insatisfação social e da fragilidade das instituições, ressaltando que democracias podem ser corroídas por líderes eleitos que utilizam as ferramentas do sistema para subvertê-lo.
O professor citou exemplos internacionais de resistência a extremistas autoritários, mencionando coalizões suprapartidárias na Bélgica, França, Alemanha e Israel, assim como mobilizações populares que atuam como contrapeso aos retrocessos democráticos. Levitsky reforçou a necessidade de que a sociedade compreenda limites institucionais essenciais, incluindo respeito às instituições e aos resultados eleitorais.
No debate sobre redes sociais, Levitsky associou o uso de mídias digitais a problemas de desinformação e destacou a importância da regulação tecnológica, indicando que democracias modernas, mesmo mais liberais que os EUA, aplicam regras para garantir o funcionamento do sistema democrático.
Durante o evento, também foi lançada a coletânea Democracia Ontem, Hoje e Sempre, composta de quatro obras históricas sobre o Brasil:
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1964: Visto e Comentado pela Casa Branca, de Marcos Sá Corrêa;
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Sessenta e Quatro: anatomia da crise, de Wanderley Guilherme dos Santos;
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Explode um Novo Brasil – diário da campanha das Diretas, de Ricardo Kotscho;
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1964: Álbum Fotográfico de um Golpe de Estado, organizado por Heloisa Starling, Danilo Marques e Lívia de Sá.
O senador Randolfe Rodrigues, presidente do Conselho Editorial do Senado, destacou a relevância da obra para o entendimento histórico do país e afirmou que a democracia é a maior conquista da civilização. A coleção está disponível na Livraria do Senado a preço de custo, com versão digital gratuita.
*Com informações da Agência Senado.
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