Agricultura da Bahia 2024 atinge recorde de R$ 47,3 bilhões: cacau e fruticultura puxam alta, grãos recuam e estado sobe ao 7º no ranking

Em 2024, a agricultura baiana cresceu 8,4%, atingindo R$ 47,3 bilhões e conquistando a 7ª posição no ranking nacional. O avanço foi impulsionado pelo cacau (+176,7%) e pela fruticultura (+30,5%), enquanto os grãos recuaram 14,7% devido à queda da soja, milho e algodão. Municípios como São Desidério e Formosa do Rio Preto mantiveram destaque nacional, consolidando o protagonismo do Oeste baiano.
Cacau foi o destaque da agricultura baiana em 2024, com crescimento de 176,7% no valor de produção.

A agricultura baiana registrou crescimento de 8,4% em 2024, alcançando valor recorde de R$ 47,3 bilhões, segundo dados desta quinta-feira (11/09/2025) divulgados pela Produção Agrícola Municipal (PAM/IBGE). O resultado representa um acréscimo de R$ 3,7 bilhões em relação a 2023, permitindo que o estado ultrapassasse o Mato Grosso do Sul e passasse a ocupar a 7ª posição nacional em valor da produção agrícola, respondendo por 6% do total do país.

O avanço baiano ocorreu em cenário de retração nacional. No mesmo período, o valor da produção agrícola brasileira caiu 3,9%, chegando a R$ 783,2 bilhões, reflexo da redução na safra de grãos e da queda nos preços da soja e do milho.

Crescimento impulsionado pelo cacau e pela fruticultura

Cacau registra expansão histórica

O cacau foi o produto de maior destaque, com crescimento de 176,7% no valor da produção, saltando de R$ 2,3 bilhões para R$ 6,5 bilhões em 2024. Apesar do desempenho expressivo, a Bahia perdeu para o Pará a liderança nacional do setor, tanto em volume quanto em valor.

Fruticultura em expansão

A fruticultura baiana também apresentou forte desempenho, com crescimento de 30,5%, atingindo R$ 7,4 bilhões. O estado consolidou sua posição como líder na produção de manga e maracujá, com destaque para Juazeiro, maior produtor nacional de manga, e Livramento de Nossa Senhora, maior produtor de maracujá.

Queda nos grãos impacta soja, milho e algodão

Safra de grãos em retração

A produção de grãos caiu de 12,7 milhões de toneladas em 2023 para 12,1 milhões em 2024 (-4,5%). O valor gerado recuou 14,7%, de R$ 28,2 bilhões para R$ 24,1 bilhões, representando pouco mais da metade da agricultura baiana.

Soja mantém liderança, mas em queda

A soja continuou sendo o principal produto agrícola do estado, com valor de R$ 14,4 bilhões. No entanto, registrou queda de 15,3% em relação a 2023, quando atingiu R$ 17 bilhões.

Algodão e milho também recuam

O algodão herbáceo caiu 11,9% em valor, passando para R$ 6,4 bilhões, e deixou de ser o segundo produto em relevância, posição assumida pelo cacau.
O milho, por sua vez, perdeu quase R$ 600 milhões em valor de produção, totalizando R$ 2,4 bilhões, reflexo da queda de 15% no volume colhido.

Municípios do Oeste se destacam no cenário nacional

São Desidério e Formosa do Rio Preto entre os maiores

Mesmo com queda no valor de produção, São Desidério (R$ 6,6 bilhões) e Formosa do Rio Preto (R$ 4,9 bilhões) mantiveram posição de destaque entre os dez maiores municípios agrícolas do Brasil, sendo os únicos fora da região Centro-Oeste.

Além deles, Barreiras, Correntina, Luís Eduardo Magalhães, Juazeiro e Riachão das Neves também figuraram entre os 50 maiores valores agrícolas do país.

Reestruturação do perfil produtivo

O desempenho da agricultura baiana em 2024 revela uma reestruturação do perfil produtivo, com a fruticultura e o cacau compensando as perdas nos grãos. A diversificação tem potencial para reduzir a dependência de commodities sujeitas à volatilidade internacional, mas a perda de liderança no cacau para o Pará expõe fragilidades de produtividade e investimento em tecnologia. O desafio é transformar o crescimento pontual em estratégia sustentável, conciliando competitividade global e fortalecimento regional.

Principais Dados

Valor da Agricultura Baiana (2024)

  • Crescimento de 8,4% frente a 2023.
  • Passou de R$ 43,7 bilhões (2023) para R$ 47,3 bilhões (2024).
  • Bahia subiu da 8ª para a 7ª posição nacional.
  • Participação nacional: 6,0% do valor da agricultura do Brasil.

Produtos em Alta

  • Cacau: +176,7% → R$ 6,5 bilhões (2º maior valor agrícola do estado).
  • Fruticultura: +30,5% → R$ 7,4 bilhões.
    • Manga: Juazeiro lidera produção e valor nacional (417,6 mil toneladas).
    • Maracujá: Livramento de Nossa Senhora mantém liderança nacional (43 mil toneladas).
    • Uva: +R$ 635,8 milhões.
    • Café canephora: +R$ 805,8 milhões.

Produtos em Queda

  • Soja: -15,3% → caiu de R$ 17 bilhões para R$ 14,4 bilhões.
  • Algodão herbáceo: -11,9% → de R$ 7,3 bilhões para R$ 6,4 bilhões.
  • Milho: -19,7% → de R$ 2,9 bilhões para R$ 2,4 bilhões.

Comparativo Nacional

  • Brasil: queda de 3,9% em 2024 (R$ 815 bi → R$ 783 bi).
  • Maiores quedas: Mato Grosso (-R$ 32,7 bi), Paraná (-R$ 18,4 bi), Mato Grosso do Sul (-R$ 15,8 bi).
  • Maiores altas: Rio Grande do Sul (+R$ 13,2 bi), Espírito Santo (+R$ 8,6 bi), Pará (+R$ 7,4 bi).
  • Mato Grosso continua líder: R$ 120,8 bilhões.

Municípios em Destaque (Bahia)

  • São Desidério: R$ 6,6 bilhões (2º maior valor agrícola do Brasil).
  • Formosa do Rio Preto: R$ 4,9 bilhões (6º lugar nacional).
  • Outros municípios baianos no top-50: Barreiras, Correntina, Luís Eduardo Magalhães, Juazeiro, Riachão das Neves.
  • Novos no top-10 baiano: Ibicoara e Casa Nova.

Safra de Grãos (2024)

  • Produção caiu de 12,7 milhões t (2023) para 12,1 milhões t (2024).
  • Valor caiu de R$ 28,2 bi para R$ 24,1 bi (-14,7%).
  • Grãos representam 50,8% da agricultura baiana.

Outros Produtos Relevantes

  • Guaraná: 1.685 toneladas (63,3% da safra nacional).
  • Bahia manteve liderança nacional em produção, mas o Amazonas lidera em valor gerado.
  • Municípios produtores: Ituberá, Taperoá, Valença, Camamu, Nilo Peçanha e Presidente Tancredo Neves.

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