Nesta sexta-feira (19/09/2025), a ativista indígena Txai Suruí reforçou a necessidade de que os negociadores da COP30, marcada para novembro em Belém (PA), sigam valores indígenas de liderança, priorizando a proteção da Amazônia, da biodiversidade e dos defensores da floresta. Nomeada para integrar o Grupo Consultivo da Juventude sobre Mudanças Climáticas da ONU, Txai destacou a urgência de ouvir os povos indígenas e a juventude na formulação de políticas climáticas globais.
A representante do povo Paiter Suruí ressaltou que os jovens são os mais impactados pelas mudanças climáticas e já participam de projetos de reflorestamento, restauração ambiental e proteção de nascentes. Ela enfatizou que a sociedade civil e os movimentos indígenas precisam ter voz ativa, independentemente de convites formais, para influenciar decisões que afetam territórios e vidas.
Riscos para defensores ambientais
Txai Suruí alertou para o aumento de ameaças e violência contra jovens indígenas envolvidos na proteção das florestas. Segundo a ativista, o Brasil é o segundo país que mais mata defensores de direitos humanos e ambientais no mundo, sendo metade deles líderes indígenas.
Exemplos de violência
Ela citou casos extremos, como ataques no Mato Grosso do Sul, onde jovens indígenas foram decapitados e tiveram suas cabeças expostas nas aldeias, ressaltando a necessidade de proteger defensores da floresta para garantir a preservação ambiental.
Txai enfatizou que, mesmo diante de riscos, sua atuação é coletiva e voltada para a proteção do planeta, das comunidades indígenas e das futuras gerações, integrando conhecimento ancestral à ciência contemporânea.
Liderança e valores indígenas
Para a ativista, um bom líder indígena deve ser humilde, saber ouvir e se preocupar com o coletivo. Txai transmite esses valores para jovens em aldeias, formando lideranças preparadas para dialogar, mediar conflitos e participar de decisões estratégicas, incluindo negociações internacionais sobre mudanças climáticas.
Experiência e iniciativas
Txai fundou o Movimento da Juventude Indígena de Rondônia e coordena a Associação de Defesa Etnoambiental Kanindé, criada por sua mãe, Neidinha Suruí. Desde 2005, o povo Suruí desenvolve projetos de reflorestamento, plantando mais de 1 milhão de árvores, demonstrando o uso sustentável da terra e preservação da Amazônia.
A ativista reforçou que a COP30 deve valorizar o conhecimento ancestral dos povos indígenas, unindo práticas tradicionais a tecnologias científicas para enfrentar a crise climática de forma eficaz e justa.
Expectativas para a COP30
Txai espera que a conferência em Belém possibilite maior presença da sociedade civil e protestos organizados, promovendo decisões urgentes sobre preservação ambiental e mudanças climáticas, e que os líderes globais considerem a experiência dos povos indígenas na gestão sustentável da Amazônia.
*Com informações da ONU News.
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