Reforma Tributária deve elevar custos e exigir adaptação das empresas de mineração a partir de 2026

Estudo global aponta que o novo modelo tributário brasileiro trará impactos operacionais, financeiros e estratégicos para o setor mineral.
Estudo global aponta que o novo modelo tributário brasileiro trará impactos operacionais, financeiros e estratégicos para o setor mineral.

A Reforma Tributária do consumo, que entrará em vigor em 2026, deverá impactar significativamente as empresas de mineração e metais no Brasil, segundo o estudo global “Tracking the Trends 2025”, elaborado pela Deloitte. O levantamento destaca que a introdução do imposto seletivo sobre a atividade de mineração, com alíquota de 0,25% sobre o valor dos recursos minerais extraídos, representará um novo custo direto e cumulativo, sem geração de créditos tributários compensáveis nas etapas seguintes da cadeia produtiva.

Impactos econômicos e operacionais

O efeito imediato da nova tributação deverá ser o repasse dos custos ao preço final dos insumos, com efeito cascata em toda a cadeia produtiva — atingindo setores dependentes como siderurgia, metalurgia e indústria automotiva. Além disso, a reforma prevê o fim gradual dos incentivos fiscais estaduais, tradicionalmente utilizados para atrair empresas da cadeia de suprimentos mineral, especialmente em estados produtores de aço e alumínio.

De acordo com a sócia de VAT e Global Trade da Deloitte Brasil, Monique Teixeira L. de Almeida, o término dos incentivos pode levar empresas a reverem suas localizações estratégicas, priorizando proximidade de portos, centros industriais e modais de transporte. Ela ressalta que a medida pode reduzir custos logísticos e otimizar a eficiência produtiva, mas exigirá reestruturações significativas.

Transição tributária e desafios de compliance

O período de transição, que ocorrerá de (01/01/2026) a (31/12/2032), demandará adaptação a um sistema duplo de tributação, com ICMS/ISS e IBS coexistindo temporariamente. Essa sobreposição de regimes aumentará a complexidade da conformidade tributária (compliance) e exigirá revisão de processos internos, atualização de sistemas e integração entre áreas.

A conformidade tributária ampliada exigirá o mapeamento de processos, revisão de sistemas e integração de departamentos como logística, jurídico e tecnologia da informação”, explica Monique Teixeira.

Segundo ela, o investimento em novas tecnologias, como inteligência artificial, e o treinamento de equipes serão fundamentais para manter a competitividade e a sustentabilidade operacional.

Inovação e adaptação estratégica

A especialista também destaca que a transformação digital e a antecipação de ajustes operacionais podem transformar o cumprimento das obrigações tributárias em um diferencial competitivo. A Deloitte aponta que empresas que se anteciparem às mudanças, reavaliando estruturas de custos e modelos operacionais, estarão mais preparadas para manter a resiliência e a competitividade internacional diante das novas regras fiscais.


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