Presidente Lula aposta na COP30 em Belém para reforçar liderança climática e preservar Amazônia, aponta imprensa francesa

Imprensa europeia destaca os desafios diplomáticos e ambientais que cercam a COP30 e o papel do Brasil nas negociações globais.
Imprensa europeia destaca os desafios diplomáticos e ambientais que cercam a COP30 e o papel do Brasil nas negociações globais.

A partir desta quinta-feira (06/11/2025), Belém (PA) recebe a cúpula de líderes que antecede a COP30, conferência oficial da ONU sobre o clima que será aberta na próxima segunda-feira (10/11/2025). A imprensa francesa analisa o evento como um teste para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que busca projetar o Brasil como protagonista na preservação da Amazônia e na agenda internacional de combate às mudanças climáticas.

Análise da imprensa francesa sobre a COP30

De acordo com o jornal Le Monde, a COP30 representa “a aposta incerta de Lula” para colocar a Amazônia no centro das negociações climáticas e conter o avanço do desmatamento. O veículo destaca que, embora o governo tenha reduzido pela metade o desmatamento em relação ao período anterior, a devastação ainda alcançou 4.500 km² no último ano, um aumento de 4% em relação ao ciclo anterior.

O diário afirma que o fim do desmatamento ilegal até 2030, promessa do governo brasileiro, não garante sozinho a proteção da floresta, que continua vulnerável aos efeitos do aquecimento global. Para o jornal, as discussões em Belém exigem medidas urgentes e estruturais voltadas à preservação ambiental e à mitigação das emissões de gases de efeito estufa.

Acordo de Paris e desafios internacionais

O jornal La Croix destacou que a COP30 marca os dez anos do Acordo de Paris, mas aponta lentidão e falta de ambição na execução dos compromissos. Apenas 69 países apresentaram novas metas de redução de emissões, o que representa uma diminuição de apenas 4% até 2035. Lula pretende transformar esta conferência na chamada “COP da implementação”, com foco em ações concretas e formação de coalizões internacionais.

O Les Échos avalia que o presidente brasileiro tenta demonstrar que o multilateralismo permanece relevante, mesmo diante da ausência dos Estados Unidos, que não enviaram delegação oficial. O jornal francês também alerta para o chamado “efeito Trump”, uma referência ao ceticismo climático que ainda influencia a política internacional.

Multilateralismo e liderança brasileira

Para o Le Figaro, o Brasil “recebe a COP da ação”, e a Amazônia degradada deixou de ser o “pulmão do mundo”. O veículo entrevistou o ex-primeiro-ministro francês Laurent Fabius, que presidiu a COP21 e foi convidado por Lula para chefiar o grupo de ex-presidentes das COPs. Fabius reforçou a importância das conferências como espaço essencial de negociação e defendeu ações coordenadas e contínuas entre as nações.

O Libération destacou, por sua vez, o papel da União Europeia nas novas metas de redução de emissões e o protagonismo do secretário-geral da ONU, António Guterres, cuja postura firme nas negociações busca mobilizar tanto os governos quanto a opinião pública mundial.

Estrutura e logística em Belém

A escolha de Belém como sede da COP30 gerou críticas pela infraestrutura limitada e pelos altos custos de hospedagem, que dificultaram a participação de delegações menores e organizações não governamentais. Em resposta, o governo brasileiro garantiu acomodações gratuitas para representantes de países mais pobres, utilizando navios de cruzeiro fretados para hospedar os participantes durante o evento.

*Com informações da RFI.


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