O Governo da Bahia e o Ministério da Saúde inauguraram, nesta quinta-feira (27/11/2025), o novo pavilhão oncológico do Hospital Aristides Maltez, em Salvador, e anunciaram um aporte de R$ 30 milhões para as Obras Sociais Irmã Dulce (Osid). A entrega da nova estrutura amplia a capacidade de tratamento oncológico no estado e reforça o atendimento de alta complexidade na rede filantrópica.
O novo prédio de oncologia do Hospital Aristides Maltez foi construído em área desapropriada pelo Governo da Bahia, que investiu R$ 1,6 milhão no terreno, e recebeu recursos federais e estaduais para equipamentos e instalações. O valor total do empreendimento é de R$ 30,59 milhões, sendo R$ 27,06 milhões destinados às obras e R$ 3,53 milhões à aquisição de equipamentos.
A ampliação permitirá um aumento de 30% na capacidade da oncologia clínica, elevando de 46 para 60 o número de cadeiras de quimioterapia para adultos. A intervenção inclui melhorias na ambiência, na organização do fluxo de atendimento e na modernização de áreas voltadas ao cuidado especializado.
O governador Jerônimo Rodrigues afirmou que a entrega representa um reforço significativo na assistência oncológica:
“Estamos entregando um equipamento que amplia a capacidade de cuidado e garante mais dignidade aos pacientes. A expansão no Aristides e o reforço às Obras Sociais Irmã Dulce fazem parte de um esforço permanente para fortalecer o SUS e assegurar que nenhum baiano fique sem atendimento.”
Aporte federal de R$ 30 milhões fortalece serviços das Osid
No mesmo ato, o Ministério da Saúde autorizou o repasse de R$ 30 milhões para o Hospital Santo Antônio, administrado pelas Osid, por meio do programa Agora Tem Especialistas. Os recursos contemplam Organizações de Cuidado Integral (OCI) em oncologia, cardiologia, oftalmologia, otorrinolaringologia e ortopedia, além do componente cirúrgico do Programa de Média e Alta Complexidade Eletiva (PMAE).
O financiamento permitirá a continuidade e a ampliação de atendimentos estratégicos em oncologia, pediatria e especialidades de alta demanda, reforçando o papel do Hospital Santo Antônio como uma das principais referências filantrópicas do país.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, destacou que os investimentos fazem parte de uma reorganização nacional do cuidado oncológico:
“Estamos ampliando tratamentos, modernizando serviços e garantindo que centros como o Aristides e o Hospital Santo Antônio continuem sendo referências. Esses recursos chegam para expandir a capacidade de atendimento e acelerar o acesso ao diagnóstico e à terapia.”
A secretária da Saúde do Estado, Roberta Santana, enfatizou o impacto sistêmico da medida:
“A expansão da rede estadual caminha junto com o fortalecimento das nossas parceiras históricas. Esses investimentos ampliam oferta, reduzem filas e levam mais qualidade ao atendimento, tanto em Salvador quanto no interior.”
Instituições filantrópicas reforçam papel histórico na oncologia baiana
O Aristides Maltez e as Obras Sociais Irmã Dulce formam um núcleo essencial da assistência oncológica de alta complexidade na capital baiana, atendendo pacientes de Salvador e de diversas regiões do estado. Os novos investimentos se somam à recente expansão da radioterapia e aos reforços de custeio anunciados em Lauro de Freitas, compondo uma estratégia integrada de fortalecimento da rede filantrópica.
A presidente da Liga Bahiana Contra o Câncer, Maria Romilda Maltez, avaliou que o novo pavilhão representa uma conquista estrutural:
“Esta entrega representa um avanço fundamental para o atendimento oncológico na Bahia. Com a ampliação da estrutura, será possível oferecer mais conforto, dignidade e agilidade no tratamento dos pacientes.”
Reforço estratégico, mas desafios persistem
A inauguração do novo ambulatório oncológico e o aporte financeiro às Osid atendem a demandas históricas da rede filantrópica, que há décadas funciona como pilar do atendimento de alta complexidade no SUS. O investimento, além de ampliar a capacidade instalada, sinaliza uma política de cooperação federativa em torno de áreas sensíveis como o diagnóstico e o tratamento do câncer.
Apesar dos avanços, o desafio estrutural permanece. A oncologia na Bahia ainda enfrenta sobrecarga, filas de espera e necessidade de expansão regional, para reduzir a concentração de pacientes na capital. A sustentabilidade financeira das entidades filantrópicas também segue como ponto crítico, exigindo políticas contínuas de custeio e modernização.
Os novos aportes constituem um passo relevante, mas seu impacto dependerá da capacidade de integrar serviços, fortalecer equipes e garantir estabilidade orçamentária ao longo dos próximos anos.

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