PF deflagra Operação TDI contra fraudes em benefícios assistenciais na Bahia; prejuízo chega a R$ 2 milhões

Policiais federais cumprem mandados de busca e apreensão em Irará (BA), nesta quarta-feira (10/12/2025), durante a Operação TDI, que investiga fraudes em benefícios assistenciais do INSS e uso de identidades falsas. Ação envolve PF e Ministério da Previdência Social.

 

A Polícia Federal cumpriu dois mandados de busca e apreensão no município de Irará na manhã desta quarta-feira (10/12/2025) para desarticular um esquema de fraudes em benefícios assistenciais a idosos, obtidos mediante uso de documentos falsos perante o INSS. A operação, batizada de TDI, investiga um grupo suspeito de criar pessoas fictícias para recebimento irregular dos valores.

Segundo a PF, as investigações tiveram início há aproximadamente quatro meses, quando foi identificado que benefícios vinham sendo pagos a indivíduos que não existiam nos registros oficiais, alguns recebendo valores irregularmente há mais de 15 anos. O prejuízo aos cofres públicos alcança quase R$ 2 milhões, sendo que a ação de hoje impediu pagamentos futuros estimados em R$ 1,3 milhão.

As apurações apontam que duas pessoas seriam responsáveis por coordenar o esquema, cadastrando-se como procuradores dos beneficiários fictícios e recebendo os valores diretamente nas agências bancárias. Para validar as procurações, o grupo teria apresentado atestados médicos falsos, alegando incapacidade dos supostos titulares para comparecer ao INSS ou às instituições financeiras.

Operação TDI — entenda o nome e o foco da investigação

O nome da operação faz referência ao Transtorno Dissociativo de Identidade (TDI), distúrbio psiquiátrico no qual um indivíduo manifesta múltiplas identidades. A analogia se dá pelo fato de investigados utilizarem diversas identidades falsas para criar e receber benefícios múltiplos, caracterizando um padrão reiterado de fraude contra a Previdência.

Os suspeitos deverão responder por estelionato qualificado e associação criminosa, crimes que, somados, podem chegar a 10 anos de prisão. A Polícia Federal busca ainda apreender documentos, mídias e objetos que confirmem a prática delitiva, além de identificar patrimônio adquirido com recursos ilícitos.

A operação é resultado da integração entre a Polícia Federal e a Coordenação-Geral de Inteligência do Ministério da Previdência Social, reforçando o esforço de rastreamento de fraudes e da proteção dos programas assistenciais destinados a idosos em situação de vulnerabilidade.

Impacto institucional e relevância social do caso

Ações de combate a fraudes previdenciárias assumem centralidade na proteção de recursos públicos e na preservação do princípio de justiça social que fundamenta os benefícios assistenciais. O desvio ilegal compromete o atendimento a cidadãos que efetivamente dependem do amparo estatal.

O caso evidencia a necessidade de melhorias contínuas em mecanismos de verificação de identidade, cruzamento de dados biométricos e monitoramento de procurações, especialmente no interior do país, onde vulnerabilidades administrativas favorecem a atuação criminosa. Ao mesmo tempo, a integração entre órgãos federais demonstra avanço no controle e na resposta rápida a esquemas que, por anos, operaram silenciosamente.

A continuidade da investigação deverá revelar se há outros beneficiários e intermediários envolvidos, bem como eventual expansão do esquema para outros municípios. A recuperação de valores e a responsabilização dos envolvidos servirão como recado institucional de intolerância à fraude previdenciária.


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