O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou R$ 532,65 milhões em crédito para empresas da Bahia afetadas pelo tarifaço imposto pelo governo dos Estados Unidos. Os recursos fazem parte de um conjunto de medidas emergenciais adotadas pelo banco desde 18 de setembro, com o objetivo de mitigar impactos econômicos, preservar empregos e apoiar a reorientação das exportações brasileiras diante das restrições comerciais.
Do total aprovado para o estado, R$ 375,2 milhões foram destinados à linha Giro Diversificação, voltada à busca de novos mercados internacionais, enquanto R$ 155,77 milhões atenderam à linha Capital de Giro, utilizada para custeio de despesas operacionais. Segundo o BNDES, o montante aprovado corresponde a 95,5% de todos os pedidos protocolados na Bahia no período.
Crédito emergencial e resposta rápida do banco
Em âmbito nacional, o BNDES aprovou R$ 16,18 bilhões em crédito para empresas brasileiras impactadas pelo tarifaço norte-americano. O volume representa 99,75% dos pedidos apresentados desde 18 de setembro, que somaram R$ 16,22 bilhões, evidenciando a elevada taxa de atendimento da política emergencial.
De acordo com o banco, o tempo médio de análise e aprovação das operações foi de 26 dias, desempenho considerado significativamente superior à média histórica. O crédito foi operacionalizado por meio do programa Brasil Soberano, criado para responder de forma acelerada a choques externos e medidas unilaterais que afetam o comércio exterior brasileiro.
O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, destacou o papel institucional do banco no enfrentamento da crise. Segundo ele, a atuação foi orientada por determinação direta do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, com foco na proteção do emprego e da capacidade produtiva nacional.
Micro, pequenas e médias empresas concentram operações
Ao todo, foram realizadas 1.131 operações de crédito em todo o país, envolvendo empresas de todos os portes. O destaque ficou para as micro, pequenas e médias empresas (MPMEs), que responderam por 810 operações, reforçando o caráter distributivo e anticíclico da política de crédito adotada.
Do total aprovado nacionalmente, R$ 8,37 bilhões foram direcionados à linha Giro Diversificação, R$ 7,48 bilhões à linha Capital de Giro, e R$ 295,6 milhões à linha Bens de Capital, destinada à aquisição de máquinas e equipamentos.
A distribuição setorial dos recursos mostra forte concentração na indústria de transformação, que recebeu R$ 12,4 bilhões, seguida pelo comércio e serviços, com R$ 2 bilhões, pela agropecuária, com R$ 1 bilhão, e pela indústria extrativa, com R$ 203 milhões.
Bahia entre os estados mais atendidos
No caso da Bahia, a elevada taxa de aprovação — superior a 95% — reflete tanto a demanda reprimida por crédito quanto a relevância do estado na pauta exportadora brasileira, especialmente nos setores industrial, agroindustrial e de bens intermediários.
A linha Giro Diversificação teve peso central no estado, sinalizando a necessidade de redução da dependência do mercado norte-americano e a busca por alternativas comerciais em regiões como Ásia, Oriente Médio, América Latina e África. Já o crédito para Capital de Giro teve papel estratégico na manutenção do fluxo de caixa e na continuidade das operações empresariais.
Crédito emergencial e limites estruturais
A resposta do BNDES ao tarifaço dos Estados Unidos revela capacidade operacional e agilidade institucional, especialmente quando comparada a experiências anteriores de crédito emergencial. A elevada taxa de aprovação e o prazo reduzido de análise indicam um banco preparado para atuar como instrumento anticíclico do Estado, função historicamente associada ao BNDES desde sua criação.
Entretanto, o episódio também expõe fragilidades estruturais da inserção internacional brasileira, marcada por forte dependência de poucos mercados e por baixa diversificação da pauta exportadora em segmentos de maior valor agregado. O crédito, embora essencial no curto prazo, não substitui uma estratégia comercial e industrial de longo alcance, capaz de reduzir vulnerabilidades externas.
Além disso, permanece o desafio de monitorar os efeitos reais do crédito sobre empregos, exportações e sustentabilidade financeira das empresas, evitando que medidas emergenciais se convertam em soluções permanentes para problemas estruturais. O tarifaço reacende, assim, o debate sobre política industrial, diplomacia econômica e o papel do Estado na proteção do setor produtivo nacional.
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Crédito aprovado para a Bahia
- Total aprovado: R$ 532,65 milhões
- Giro Diversificação (novos mercados): R$ 375,2 milhões
- Capital de Giro (despesas operacionais): R$ 155,77 milhões
- Taxa de aprovação dos pedidos no estado: 95,5%
- Período de referência: a partir de 18/09/2025
Crédito aprovado em âmbito nacional
- Total aprovado: R$ 16,18 bilhões
- Total solicitado: R$ 16,22 bilhões
- Taxa de aprovação: 99,75%
- Programa: Brasil Soberano
- Prazo médio de aprovação: 26 dias (sete vezes mais rápido que a média histórica)
Operações de crédito
- Total de operações realizadas: 1.131
- Operações com micro, pequenas e médias empresas: 810
- Perfil das empresas atendidas: empresas de todos os portes
Distribuição por linhas de crédito (Brasil)
- Giro Diversificação: R$ 8,37 bilhões
- Capital de Giro: R$ 7,48 bilhões
- Bens de Capital: R$ 295,6 milhões
Distribuição setorial dos recursos
- Indústria de transformação: R$ 12,4 bilhões
- Comércio e serviços: R$ 2 bilhões
- Agropecuária: R$ 1 bilhão
- Indústria extrativa: R$ 203 milhões
Contexto institucional
- Medida motivadora: tarifaço imposto pelo governo dos Estados Unidosgovenro do
- Objetivo do crédito: mitigar impactos econômicos, preservar empregos e apoiar exportadores
- Presidente do BNDES: Aloizio Mercadante
- Diretriz política: apoio determinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva
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