Secretário-geral da ONU alerta para disseminação do discurso de ódio

António Guterres, Secretário-Geral da ONU.
António Guterres, Secretário-Geral da ONU.
António Guterres, Secretário-Geral da ONU.
António Guterres, Secretário-Geral da ONU.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, alertou esta terça-feira (02/04/2019), para a disseminação do discurso de ódio, que na sua opinião prolifera “como um incêndio através das redes sociais e da rádio”.

Em discurso na mesquita Al Azhar, no Cairo, Egito, o chefe da ONU, assumindo-se como homem de fé, começou por expressar o seu respeito pelo Islão e “solidariedade para com os seus seguidores nestes tempos turbulentos.”

Discurso de Ódio

O chefe da ONU considera que se assiste a um crescente ódio antimuçulmano e à proliferação do antissemitismo, do racismo e da xenofobia.

O secretário-geral sublinha que essas “forças obscuras ameaçam os valores democráticos, a estabilidade social e a paz”, lembrando que “eles estigmatizam mulheres, minorias, migrantes e refugiados.”

Para o líder da ONU toda a sociedade é diminuída “quando as pessoas são atacadas, fisicamente, verbalmente ou nas redes sociais, por causa de sua raça, religião ou etnia.

Solidariedade

Referindo-se ao ataque terrorista que tirou a vida a 50 pessoas em duas mesquitas na Nova Zelândia, há duas semanas, Guterres apontou vários exemplos de solidariedade entre pessoas e comunidades de diferentes expressões de fé.

O representante sublinhou que “o Islão é uma fé de amor, compaixão, perdão, misericórdia e graça”, tal como, segundo ele, se pode constatar “com muitos países muçulmanos a abrirem as fronteiras para as pessoas em perigo.”

Guterres exemplifica como este espírito está espelhado no livro sagrado citando a Surata Al-Tawbah do Corão, Surah 9, versículo 6: “e se alguém procurar a sua proteção, então conceda-lhe proteção para que eu possa ouvir as palavras de Allah. Então, escolte-o onde ele possa estar seguro.”

Contributo

Guterres apelou à união e à proteção entre todos em “tempos de dificuldades e divisão.”

Para ele, todos têm um papel a desempenhar “no fim da polarização”, referindo a importância dos líderes religiosos, em particular, como tendo “um papel muito importante.”

Por isso, considera “tão animador” que o Grande Imam de al-Azhar, o xeque Ahmed al-Tayeb e o Papa Francisco tenham dado as mãos, em fevereiro, uma clara “demonstração de fraternidade inter-religiosa.”

Terrorismo

Guterres terminou o seu discurso dizendo que “nada justifica o terrorismo e torna-se particularmente medonho quando a religião é invocada.”

O secretário-geral apelou à “compreensão mútua” para que seja possível viver num mundo de paz, lembrando que é necessário “combater e rejeitar figuras religiosas e políticas que exploram as diferenças.”


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