Brasil, História da República (II) | Por Luiz Holanda

Fotografia mostrando o imperador Pedro II, a imperatriz Teresa Cristina e comitiva a bordo do navio Congo em sua terceira viagem à Europa, 1887-1888.
Fotografia mostrando o imperador Pedro II, a imperatriz Teresa Cristina e comitiva a bordo do navio Congo em sua terceira viagem à Europa, 1887-1888.

Dom Pedro II foi imperador do Brasil por 49 anos (1848/1889). Natural do Rio de Janeiro, soube conservar a integridade do nosso território e colocar o Brasil entre as nações mais importantes do mundo. Deposto pelo marechal Deodoro da Fonseca -seu compadre e amigo-,  exilou-se na França, de onde jamais retornou ao Brasil. Sua queda resultou na implantação da república, em 1889, proclamada por José do Patrocínio.

D. Pedro II se encontrava em Petrópolis com a família por oxasião do movimento, e acreditava que resolveria a crise tão logo retornarse ao Rio. Isso não aconteceu. Assim que chegou foi informado que ele e sua familia teriam que abandonar o país, rumo ao exilio. No dia 17 ele e a família embarcaram para Portugal, onde demourou pouco. Em seguida foram para a França, fixando residência em Paris, onde veio a falecer de pneumonia, em 5 de dezembro de 1891. Morreu de forma humilde, num quarto do Hotel Belfort, que até hoje conserva na fachada uma placa registrando o evento.

Fluente em 14 idiomas, era também poeta. No exilio escreveu um soneto intitulado “Terra do Brasil”, no qual lamenta sua solidão  e demonstra a descrenla de jamais retornar ao Brasil. Em seus versos afirma que se lembra de sua terra natal , pois levou consigo um pugilo de terra de sua doce pátria para “sonhar contigo”. Em seguida, profundamente triste, confessa que  entre visões de paz, de luz e de glória, em seu jazigo aguardará sereno “a justiça de Deus na voz da História”.

Outra figura exponencial de nossa politica foi Juscelino Kubitschek, que, tanto quanto Pedro II, sofreu humilhações e injustiças durante o regime militar. Foi  Investigado por uma comissão (Comissão Geral de Investigação-CGI) desde 1964, e teve seu mandato de senador cassado pelo marechal presidente, Castelo Branco.

Sob constante ameaça de prisão, terminou no exilio, em Portugal. Ao voltar, sofreu um longo período de humilhações e privações, que durou até à sua morte,  e que, segundo a Comisão da verdade, não foi acidental. A habilidade política de JK, seu poder de persuasão e sua diplomacia  o qualificaram como um dos presidentes mais importantes do nosso país. Essa qualidade, reconhecida por todos os políticos de sua época, levou Carlos Lacerda., um dos seus piores inimigos, a afirmar: “Não é porque morreu que JK virou santo, mas negar suas qualidades políticas, desconhecer sua liderança singular é tentar desqualificar uma possibilidade extremamente rica produzida por nossa cultura”. Sem dúvida que, um dia, JK será considerado, como D. Pero II, um dos maiores políticos do Brasil. Sua ousadia em construir Brasília demonstrou sua visão de futuro.

No dia 22 de agosto de 1976, 21 dias antes de completar 74 anos de idade, quando viajava de carro de São Paulo para a cidade fluminense de Itatiaia, veio a falecer em consequência de um acidente de carro e em circunstâncias até hoje não totalmente  esclarecidas.

Sua frase mais famosa sobre a criação de Brasília ficou na história: ” Deste planalto central, desta solidão que em breve se transformará em cérebro das mais altas decisões nacionais, lanço os olhos mais uma vez sobre o amanhã do meu país e antevejo esta alvorada, com fé inquebrantável e uma confiança sem limites no seu grande destino”

*Luiz Holanda, advogado e professor universitário.


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