Vereador Pablo Roberto denuncia loteamento irregular no Parque Lagoa do Subaé e aponta degradação socioambiental em Feira de Santana

Vereador Pablo Roberto destaca em plenário matéria do Jornal Grande Bahia sobre o loteamento Parque Lagoa do Subaé, em Feira de Santana. 
Vereador Pablo Roberto destaca em plenário matéria do Jornal Grande Bahia sobre o loteamento Parque Lagoa do Subaé, em Feira de Santana. 

O vereador Pablo Roberto, durante pronunciamento na tribuna da Câmara Municipal de Feira de Santana (CMFS) em 4 de setembro de 2013, chamou atenção para a grave situação de irregularidades no loteamento Parque Lagoa do Subaé, em Feira de Santana, Bahia. A denúncia, baseada em série de reportagens veiculada pelo Jornal Grande Bahia, aponta para o envolvimento de ex-vereadores e empresários na venda de lotes sem infraestrutura básica para pessoas de baixa renda, além de danos ambientais à lagoa que dá nome à área. O vereador cobrou ações efetivas da prefeitura e das comissões responsáveis para resolver o problema.

Denúncia e histórico do loteamento

A matéria citada pelo vereador, publicada pelo Jornal Grande Bahia, revelou que as empresas responsáveis pelo Loteamento Parque Lagoa do Subaé são a Moradda Empreendimentos, dirigida por Everton Cerqueira, ex-presidente da Câmara Municipal de Feira de Santana, e a João Falcão Urbanizadora Ltda., sob a direção de Wilson Falcão, ex-vereador da cidade. Segundo a denúncia, essas empresas estão envolvidas na venda de lotes sem a mínima infraestrutura exigida por lei, como redes de abastecimento de água, eletricidade, drenagem e saneamento básico. As vendas foram direcionadas a pessoas em situação de vulnerabilidade socioeconômica, ampliando o impacto social do caso.

Ainda de acordo com a denúncia, os lotes vendidos estão localizados em áreas de difícil acesso, com ruas de terra batida e cercadas por vegetação densa, dificultando a circulação e o transporte, além de comprometer a qualidade de vida dos moradores que adquiriram esses terrenos.

Processo irregular de regularização

Em seu pronunciamento, o vereador Pablo Roberto informou que o loteamento já havia sido objeto de tentativa de regularização em 1992, durante a gestão do ex-prefeito Colbert Martins, quando as empresas envolvidas buscaram licenças para formalizar o projeto, ainda sem a devida infraestrutura. Na época, mesmo sem cumprir todas as exigências legais, as vendas continuaram.

Nos últimos quatro anos, as empresas voltaram a buscar a regularização do loteamento, dessa vez sob o amparo de novas normas urbanísticas e ambientais. No entanto, de acordo com Pablo Roberto, as condicionantes legais impostas pelas legislações atuais também não foram cumpridas. Entre as exigências ignoradas estão a apresentação das viabilidades técnicas para a implantação de redes de abastecimento de água e saneamento básico, serviços essenciais para garantir dignidade aos futuros moradores.

Degradação socioambiental

Além dos problemas de infraestrutura, o loteamento irregular no Parque Lagoa do Subaé compromete a preservação ambiental da área. Segundo o vereador, a Lagoa do Subaé é uma nascente de grande importância para a cidade de Feira de Santana, que deveria ser protegida por lei. No entanto, a expansão desordenada do loteamento invadiu a área da nascente, resultando na degradação do ecossistema local.

Pablo Roberto destacou em sua fala que, em um exemplo claro de descaso ambiental, uma rua foi construída atravessando o interior da lagoa, interligando diferentes partes do loteamento. Esse tipo de ocupação, além de ilegal, prejudica o equilíbrio ambiental da região, afetando a fauna e a flora nativas e colocando em risco a própria sobrevivência da lagoa.

Cobrança de ações e fiscalização

Diante do cenário descrito, o vereador cobrou ações imediatas das autoridades competentes. Em seu discurso, ele pediu a intervenção das comissões de Meio Ambiente e de Obras e Urbanismo da Câmara Municipal, órgãos que possuem a responsabilidade de fiscalizar e regularizar os empreendimentos que afetam o meio ambiente e a infraestrutura da cidade.

Pablo Roberto também solicitou que os secretários municipais de Meio Ambiente, Roberto Tourinho, e de Desenvolvimento Econômico, José Pinheiro, visitem o local para avaliar pessoalmente a situação e tomar as providências necessárias. Segundo o vereador, é urgente que as autoridades municipais atuem para evitar que a degradação ambiental e as irregularidades urbanísticas continuem a afetar não apenas o meio ambiente, mas também as famílias que foram prejudicadas pela compra de lotes em condições inadequadas.

Reflexão sobre o papel do poder público

O caso do Loteamento Parque Lagoa do Subaé expõe um problema recorrente em diversas cidades do Brasil: a falta de planejamento urbano e de fiscalização adequada por parte do poder público. O loteamento irregular foi aprovado sem que fossem realizadas as devidas análises de impacto ambiental e sem a garantia de infraestrutura básica para os futuros moradores. Tal negligência por parte das autoridades e dos empreendedores envolvidos resulta em graves consequências para o meio ambiente e para a população, especialmente para as famílias de baixa renda, que acabam por adquirir terrenos sem condições mínimas de habitação.

O pronunciamento de Pablo Roberto na Câmara Municipal reforça a necessidade de que o poder público atue de forma mais efetiva, garantindo que os empreendimentos imobiliários sigam as normas urbanísticas e ambientais, preservando o meio ambiente e assegurando que os direitos dos cidadãos sejam respeitados.

Confira imagens

Loteamento Parque Lagoa do Subaé foi construído em terreno com características de brejo.
Loteamento Parque Lagoa do Subaé foi construído em terreno com características de brejo.
Moradora segura contrato de compra de lote, que foi vendido sem as condições mínimas de sobrevivência humana digna.
Moradora segura contrato de compra de lote, que foi vendido sem as condições mínimas de sobrevivência humana digna.
Vereadores Alberto Nery, Pablo Roberto e Angelo Almeida.
Vereadores Alberto Nery, Pablo Roberto e Angelo Almeida.

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