Durante entrevista coletiva, concedida na sexta-feira (30/09/2016) na sede da da Polícia Federal (PF) em Feira de Santana, o promotor de justiça Aldo da Silva Rodrigues comentou sobre a Operação Simão. A ação policial foi deflagrada com a finalidade de apurar possíveis crimes eleitorais cometidos pelo candidato a vereador Pedro Rodrigues Costa (pastor Pedro, PSC) e o vereador, candidato à reeleição, Welligton Andrade de Jesus (PSDB). Segundo o promotor, finalizado os procedimentos investigatórios, poderão ser propostas ações judiciais de dois tipos, criminal, com pedido de prisão; e ações eleitorais de natureza cível, com cassação de registro, ou cassação de diplomas se forem eleitos, além de pedido de inelegibilidade por oito anos.
Outros envolvidos
O promotor eleitoral revela que as investigações serão aprofundadas, inclusive, abrangendo a participação de terceiros envolvidos nas possíveis condutas criminais.
Observa-se que uma das possíveis condutas criminosas atribuída ao pastor Pedro é a de uso do Sistema Único de Saúde (SUS) para marcação de consultas médicas e realização de exames. Esse fato pode envolver a conivência de servidores públicos com a prática de cooptação de votos, através do uso da máquina pública. Nesse aspecto, o promotor Aldo Rodrigues afirmou que:
— Essa é aponta do iceberg que conseguimos enxergar de condutas levianas praticadas por diversas pessoas no município. Com o apoio da Polícia Federal (PF), nós estamos apurando e aprofundando a investigação sobre uma teia criminosa, sobre uma verdadeira organização criminosa, no tocante as eleições municipais.
O promotor de justiça afirmou, também, que está apurando abuso de poder político, abrangendo pessoas com cargo público, ou pessoas que ocuparam cargo público e utilizam a máquina administrativa para cooptação de votos.
Aldo Rodrigues concluiu a entrevista coletiva apelando à população que atue na fiscalização, denunciando possíveis práticas criminais envolvendo candidatos ao pleito eleitoral.
Interceptação
No transcurso da Operação Simão foram realizadas, por ordem judicial, interceptações telefônicas. Todo o processo transcorre em segredo de justiça. O questionamento que emerge desse fato e que será respondido em futuro próximo é: qual a abrangência e o que revelam essas interceptações telemáticas, que levaram o promotor de justiça a deduzir que existe uma rede criminosa atuando na cooptação eleitoral em Feira de Santana?
Secretaria emite nota
Sobre o possível uso da estrutura municipal do Sistema Único de Saúde (SUS), a Secretaria Municipal da Saúde de Feira de Santana negou ter sido acionada pela PF ou pelo Ministério Público Eleitoral (MPE) e negou, também, o uso do sistema para fim eleitorais.
Áudio da coletiva da PF e do MPE sobre depoimentos do pastor Pedro e Welligton Andrade
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