Ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco confirma negociação de acordo com autoridade estrangeira

Pedro Barusco não respondeu se havia um esquema de corrupção na Petrobras durante o período de governo do presidente Fernando Henrique Cardoso. Porém, sem entrar em detalhes, informou que começou a receber propina na empresa em 1997 e por conta própria.
Pedro Barusco não respondeu se havia um esquema de corrupção na Petrobras durante o período de governo do presidente Fernando Henrique Cardoso. Porém, sem entrar em detalhes, informou que começou a receber propina na empresa em 1997 e por conta própria.

O ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco confirmou, atuando como testemunha em audiência de processo penal contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que está negociando acordos de delação com mais de um país estrangeiro, a respeito das irregularidades de que teria participado na confecção de contratos da estatal.

Embora tenha admitido que está montando esses acordos, ele se recusou a responder as pergunta da Defesa de Lula sobre o teor de tais acordos com autoridades estrangeiras, como, ´por exemplo, se conta com a colaboração de autoridades brasileiras. Com isso, Barusco se tornou um tipo de testemunha processual que não está prevista na lei brasileira: aquela que não tem o dever de responder com a verdade a todas as perguntas que lhe são feitas.

Ele é o terceiro delator que testemunha no processo relacionado ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao mesmo tempo em está fechando acordo com autoridades estrangeiras, e o terceiro que contou com a anuência ilegal do juiz Sérgio Moro para manter-se calado no banco das testemunhas quando lhe foram feitas perguntas sobre o tema.

Sobre a acusação específica que faz o MPF-PR (Ministério Público Federal no Paraná) ao ex-presidente, de que Lula teria recebido vantagem indevida por meio de um apartamento do Guarujá, Pedro Barusco disse não ter nenhuma informação sobre o caso.

Também disse nunca ter tido nenhuma reunião ou contato com o ex-presidente, tendo o visto apenas em eventos públicos. Em acordo de delação fechado com os procuradores curitibanos, Barusco pagou multa R$ 6,5 milhões e devolveu mais de US$ 90 milhões que recebeu no exterior.

Pedro Barusco também confirmou fala de outra testemunha, o empresário Augusto Mendonça, que o cartel de empreiteiras que agiria dentro da estatal perdeu força em 2009, nas obras do Comperj, onde a Petrobras abriu as licitações para um grupo maior de empresas, rebaixando o nível de exigência técnica, mas ampliando as fornecedoras justamente para escapar do cartel. Barusco também disse que em vários contratos não houve pagamentos de propinas, e que nunca houve ameaças, apenas cobranças de valores de propinas combinados. “Eu não me recordo de retaliação”.


Discover more from Jornal Grande Bahia (JGB)

Subscribe to get the latest posts sent to your email.

Facebook
Threads
WhatsApp
Twitter
LinkedIn

Discover more from Jornal Grande Bahia (JGB)

Subscribe now to keep reading and get access to the full archive.

Continue reading

Privacidade e Cookies: O Jornal Grande Bahia usa cookies. Ao continuar a usar este site, você concorda com o uso deles. Para saber mais, inclusive sobre como controlar os cookies, consulte: Política de Cookies.