Sessão da Câmara dos Deputados é marcada por debate sobre indício de conluio entre o então juiz Sérgio Moro e o procurador da República Deltan Dallagnol

Deputados da oposição pediram a saída do ministro da Justiça e a abertura de CPMI. Por outro lado, governistas defenderam a idoneidade de Sérgio Moro, Deltan Dallagnol e da Operação Lava Jato. Reportagens do The Intercept revelam conluio entre membro do Poder Judiciário e procuradores da República que atuam na força-tarefa do Caso Lava Jato.
Deputados da oposição pediram a saída do ministro da Justiça e a abertura de CPMI. Por outro lado, governistas defenderam a idoneidade de Sérgio Moro, Deltan Dallagnol e da Operação Lava Jato. Reportagens do The Intercept revelam conluio entre membro do Poder Judiciário e procuradores da República que atuam na força-tarefa do Caso Lava Jato.

A troca de mensagens entre o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, e o procurador-chefe da Lava Jato, Deltan Dallagnol, voltou a ser o centro dos debates no Plenário da Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (12/06/2019). O tema já tinha sido discutido na sessão de ontem do Congresso Nacional. As conversas divulgadas no domingo (9) pelo site The Intercept Brasil lançam suspeitas sobre a imparcialidade do então juiz Moro em relação à operação de combate à corrupção e à lavagem de dinheiro.

A oposição cobra a demissão do ministro e a instalação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para apurar o conteúdo das mensagens e o possível comprometimento das investigações. Já parlamentares pró-Moro defenderam a Operação Lava Jato, a conduta de Sérgio Moro e de Dallagnol e criticam o vazamento.

Para o deputado Henrique Fontana (PT-RS), Moro agiu como militante partidário, e todo processo que ele conduziu e levou à condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é nulo. “É como se um juiz de futebol fosse no vestiário de um dos times e dissesse: ‘Faça tal jogada que garanto que marco o pênalti’. O juiz jogou para defender um dos lados, e quem perdeu foi o brasileiro.”

Já o deputado Boca Aberta (Pros-PR) disse que a conduta de Moro é “ilibada, inquestionável, irrepreensível e inoxidável”. Segundo o parlamentar, a ação do ex-juiz auxiliou a desmantelar uma das maiores quadrilhas que roubaram os cofres públicos. Boca Aberta ponderou, porém, que, se o ministro tiver cometido algum crime, que responda por isso.

Vice-líder do PT, o deputado José Guimarães (CE) defendeu a criação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito. “Nada melhor que uma CPMI para investigar as condutas ilícitas.”

Lava Jato

O deputado Reinhold Stephanes Junior (PSD-PR) argumentou que a operação mostrou ao Brasil não haver ninguém acima das leis. “Vejo o PT chamar o Dallagnol e o Moro de bandidos. Isso é absurdo. Graças a eles, por sua coragem e trabalho sério, empresários e políticos que fizeram coisa errada estão na cadeia.”

Vice-líder do governo, o deputado José Medeiros (Pode-MT) afirmou que a oposição usa o vazamento das mensagens para acabar com a Lava Jato. “A operação não pertence ao Moro e ao Dallagnol. Ela é uma ideia e, portanto, indestrutível”, sustentou. Para Medeiros, o sentimento de busca de combate ao crime continua presente na sociedade brasileira.

O vazamento das mensagens é um ataque para derrubar uma das “colunas” do governo Bolsonaro, segundo o deputado Otoni de Paula (PSC-RJ). “Que os brasileiros estejam atentos. A guerra só está começando, e todos que servem de coluna para o novo Brasil estão sendo atacados”, declarou.

Por sua vez, o vice-líder do Psol deputado Marcelo Freixo (RJ), disse que a investigação sobre as mensagens é de interesse da Lava Jato, a fim de retirar eventual suspeita sobre a operação.

Deportação

O deputado Enéias Reis (PSL-MG) defendeu a deportação do jornalista Glenn Greenwald, responsável pelo The Intercept Brasil, por, na visão do parlamentar, causar problemas na política brasileira. “Não podemos admitir que um estrangeiro seja contratado para cometer crimes no território nacional”, comentou.

A deputada Maria do Rosário (PT-RS), por outro lado, destacou que o texto constitucional proíbe extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião. “Aqueles parlamentares que ocuparem a tribuna pedindo a deportação de um jornalista pela realização de seu trabalho estão indo contra a Constituição.”

*Com informações da Agência Câmara.

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