Procurador da República Deltan Dallagnol evitou evento ao saber da presença de Jair Bolsonaro, apontam mensagens

Coordenador da força-tarefa do Caso Lava Jato, o procurador da República Deltan Dallagnol pediu que colega o representasse em cerimônia de premiação que teria presença do então deputado e hoje presidente e de "outros radicais de direita", segundo conversas obtidas pelo Intercept.
Coordenador da força-tarefa do Caso Lava Jato, o procurador da República Deltan Dallagnol pediu que colega o representasse em cerimônia de premiação que teria presença do então deputado e hoje presidente e de "outros radicais de direita", segundo conversas obtidas pelo Intercept.
Coordenador da força-tarefa do Caso Lava Jato, o procurador da República Deltan Dallagnol pediu que colega o representasse em cerimônia de premiação que teria presença do então deputado e hoje presidente e de "outros radicais de direita", segundo conversas obtidas pelo Intercept.
Coordenador da força-tarefa do Caso Lava Jato, o procurador da República Deltan Dallagnol pediu que colega o representasse em cerimônia de premiação que teria presença do então deputado e hoje presidente e de “outros radicais de direita”, segundo conversas obtidas pelo Intercept.

O coordenador da Lava Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol, cancelou seu comparecimento a uma cerimônia onde receberia um prêmio, após saber que o evento teria a participação do então deputado e hoje presidente Jair Bolsonaro, segundo mensagens atribuídas a integrantes da força-tarefa e publicadas nesta quarta-feira (14/08/2019) pelo portal UOL, após análise em parceria com o The Intercept Brasil.

De acordo com a reportagem, após ser alertado por um assessor em mensagens pelo aplicativo Telegram, Deltan avisou a seus colegas, através do grupo Filhos de Januário 1, que não iria a uma cerimônia onde receberia um troféu em São Paulo, por ela contar “com Jair Bolsonaro como um dos vários palestrantes e com homenagem a um vereador de SP [Fernando Holiday, do DEM-SP] que foi um dos líderes do impeachment”.

A intenção era evitar que a Lava Jato fosse associada a “bandeiras ideológicas e político-partidárias”, de acordo com nota enviada pela Lava Jato ao UOL.

Em dezembro do mesmo ano, no mesmo grupo Filhos de Januário 1, Deltan explica a outros procuradores da Lava Jato o motivo de seu cancelamento, ao comentar a aparência do troféu, recebido pelo promotor Roberto Livianu.

“Prêmio bonitão heim??? Esse é aquele em que ele [Livianu] nos representou quando cancelei a ida a SP porque é um instituto liberal e estariam lá Bolsonaro e outros radicais de direita.”

Na nota ao UOL, o Ministério Público Federal (MPF) do Paraná diz que reconhece a legitimidade de correntes políticas “que respeitem a Constituição e a democracia”. O MPF acrescentou que a equipe de procuradores “não reconhece o material, oriundo de crime cibernético, sujeito a alterações e descontextualizações diversas”.

O prêmio em questão foi o Liberdade 2016, concedido no evento anual Fórum Liberdade e Democracia, criado pelo Instituto de Formação de Líderes de São Paulo e realizado em 22 de outubro daquele ano no Transamérica Expo Center.

Desde em 9 de junho, o Intercept e outros veículos parceiros estão divulgando reportagens que colocam em questão a imparcialidade da Lava Jato, a maior operação contra a corrupção no país.

O escândalo envolve o ex-juiz da Lava Jato e atual ministro da Justiça, Sergio Moro, além de membros da força-tarefa. As apurações apontam que Moro teria orientado procuradores da operação, indicado linhas de investigação e adiantado decisões enquanto era juiz responsável por analisar os processos do caso em primeira instância.

A Constituição determina que não haja vínculos entre juiz e as partes em um processo judicial. Para que haja isenção, o juiz e a parte acusadora – neste caso, o Ministério Público – não devem trocar informações nem atuar fora de audiências. Se confirmadas, as denúncias indicam uma atuação ilegal do antigo magistrado e dos procuradores.

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