Fim do monopólio da Coelba é considerado essencial para o desenvolvimento do oeste da Bahia

Controlada pela Neoenergia, Coelba é exemplo de anti-capitalismo.
Especialistas e empresários do agronegócio defendem revisão do modelo de concessão da Coelba e apontam limitações no fornecimento de energia elétrica como obstáculo ao crescimento regional.

Quinta-feira, 18/02/2021 — A manutenção do monopólio da Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia (Coelba), sob o controle da Neoenergia, é apontada como um dos principais entraves ao desenvolvimento do oeste da Bahia. A região, uma das mais relevantes para o agronegócio nacional, sofre com a precariedade dos serviços de energia elétrica e com a dificuldade de expansão de atividades produtivas, segundo representantes do setor e lideranças locais.

Histórico da Coelba e o cenário atual

Fundada em 28 de março de 1960 e privatizada em 31 de julho de 1997, a Coelba passou a integrar o portfólio da Neoenergia, grupo que atua no mercado de energia e está listado na Bolsa de Valores. Desde a privatização, consumidores e empresários relatam insuficiência de investimentos em infraestrutura, o que se reflete em problemas recorrentes na distribuição de energia.

Principais reclamações sobre o serviço

Entre as principais queixas estão:

  • Oscilação de tensão;
  • Interrupções frequentes no fornecimento;
  • Tarifas elevadas em comparação com a qualidade entregue;
  • Exigência de que produtores rurais financiem redes e subestações, posteriormente incorporadas pela concessionária.

A situação tem gerado impactos negativos na competitividade das empresas instaladas no oeste baiano, afetando especialmente as cadeias produtivas do agronegócio, que dependem de energia elétrica estável e de qualidade para manter suas operações.

Atuação questionada pelo Ministério Público e pelo setor produtivo

A Coelba foi alvo de ações do Ministério Público da Bahia (MPBA) por supostas irregularidades na relação com consumidores. Além disso, empresários locais alegam que a concessionária adota práticas que resultam em transferência compulsória de patrimônio para a empresa, gerando insatisfação e insegurança jurídica no setor.

Zona rural permanece sem cobertura adequada

Após 24 anos de privatização, centenas de milhares de moradores da zona rural da Bahia continuam sem acesso à energia elétrica fornecida pela concessionária. Essa limitação restringe o desenvolvimento socioeconômico de diversas comunidades e dificulta a instalação de novos empreendimentos.

Demandas por mudanças e abertura do mercado

Produtores rurais e representantes de setores produtivos defendem o fim do monopólio da Coelba e propõem a entrada de novos agentes no mercado de distribuição de energia. O objetivo é aumentar a concorrência, atrair investimentos em infraestrutura e, consequentemente, melhorar a qualidade do serviço e reduzir custos.

A ampliação e modernização do sistema elétrico na região são apontadas como estratégicas para o fortalecimento do agronegócio e para a instalação de indústrias de beneficiamento que agreguem valor à produção local.

Fim do monopólio mobiliza sociedade

O debate sobre o fim do monopólio da Coelba mobiliza diversos segmentos da sociedade baiana, que reivindicam soluções para os problemas estruturais do fornecimento de energia. A insatisfação com o serviço prestado pela concessionária reforça a necessidade de políticas públicas que incentivem a concorrência e promovam a expansão da infraestrutura elétrica no oeste da Bahia.

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