Para o casal amigo Vanda e Rozendo Ferreira Neto!
Neste domingo (30/10/2022), os brasileiros escolhem seu Presidente da República e os governadores de 12 estados que representam, no seu conjunto, mais da metade do PIB brasileiro, com São Paulo à frente, com quase um terço da renda nacional. Trata-se, do ponto de vista prático, de uma reedição do primeiro turno.
Haja responsabilidade, numa escolha que nos empurrará, ainda mais, para trás ou, queira Deus, contribua para avançarmos no passo de cágado que tem caracterizado nossa História, quando comparamos o que somos com o que poderíamos ser, se não estivéssemos na incômoda posição de ostentarmos o pior desempenho entre todas as nações, quando comparamos o baixo ponto a que chegamos, relativamente às nossas enormes possibilidades, como um dos países mais dotados de riquezas naturais, em todo o Planeta, abaixo, inclusive, do Haiti. No outro extremo, com excepcional desempenho, figuram Israel e Singapura.
É imperioso repetir, à saciedade, (atenção, Senhor Revisor, estamos dizendo à saciedade e não à sociedade), que não amadurecem os povos que escolhem seus governantes a partir dos mesmos critérios com que escolhem suas bandas preferidas ou seus blocos de carnaval, em lugar de fazê-lo do modo responsável como contratam engenheiros, médicos ou advogados.
Para princípio de conversa, para deixarmos de ser a eterna nação do futuro, basta que introjetemos a compreensão de dois princípios fundamentais. O primeiro é que, na sociedade do conhecimento em que passamos a viver, desde os anos setentas, o mundo deixou de ser dividido entre pobres e ricos para ser distinguido entre pessoas que sabem e as que não sabem. Em outras palavras: pessoas educadas e pessoas sem educação, no sentido duplo de incorporação de conhecimento e valores. Só o conhecimento distribui renda de modo efetivo, libertando as pessoas do populismo de direita ou de esquerda. O segundo é que o fator dominante para o usufruto de uma elevada saúde físico-mental é o universal acesso a saneamento básico. Todas as demais questões que interessam aos indivíduos como aos povos derivam dessas duas prioridades fundamentais.
Em matéria de educação, o Brasil, uma das dez maiores potências mundiais, ocupa o 90° lugar, enquanto mais da metade de sua população (54%) de 215 milhões, carecem desse requisito fundamental que é o saneamento básico. Recorde-se como esses dois temas têm sido pouco discutidos ou postos à margem das discussões pelos que pedem o nosso voto, com a aparente indiferença da grande maioria de nosso eleitorado, composto de pessoas detentoras de pouca ou nenhuma educação formal.
Num contexto de tanta instabilidade em nossos pilares centrais, é um verdadeiro milagre que continuemos a caminhar, com relativa segurança, no leito de uma aparentemente sólida democracia, a terceira maior do Planeta, em termos populacionais.
Oxalá o resultado das urnas no próximo dia 30 não venha corroborar a afirmação do jornalista Roberto Pompeu de Toledo, ao sustentar, na última página de Veja (cito de memória), há uns vinte anos: “O Brasil está deixando de ser uma nação tolerante com a corrupção para tornar-se num povo, corrupto, em si mesmo”!
Para fugirmos a tão desprimoroso e infame destino, basta que resistamos à tentação de votarmos em ladrões!
*Joaci Góes, advogado, jornalista, empresário, ex-deputado federal constituinte e presidente do Instituto Histórico e Geográfico da Bahia (IGHB).
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