O ditado popular, transmitido de pai para filho ao longo de gerações, ensina que o “peixe morre pela boca”. Isso significa que a pessoa deve administrar bem as palavras, não falar demais e ser prudente em suas manifestações. Trata-se de um sábio conselho para a vida, particularmente para quem atua na política, principalmente na era frenéticas das redes sociais. Outro ditado, que praticamente tem o mesmo significado, afirma que “Quem fala demais, acaba dando bom dia a cavalo”. Já um outro, diz que em “Em boca fechada, não entra mosca”. Todos recomendando prudência nas manifestações do pensamento.
A não aplicação desses ensinamentos nas eleições deste ano demonstrou que a irresponsabilidade com as palavras e o descuido com os conteúdos fizeram muitos eleitores abandonarem alguns candidatos, cujos nomes sequer precisam ser divulgados, de tão conhecidos que são. Não se diga que a imprudência na emissão das palavras seja uma forma de originalidade, pois ninguém é original quando se expressa com grosseria. Segundo Humberto Ecco, “As redes sociais deram voz a uma legião de imbecis”. Mesmo discordando da expressão, naõ se pode esquecer que as redes sociais criaram um ambiente onde cada um pode falar o que quer e ouvir o que não quer, com a agravante de que, uma vez pronunciada, gera efeitos desastrosos.
No caso das fake news, mesmo inverídicas produz graves mudanças na sociedade, principalmente entre os jovens. Para Nelson Rodrigues, “O jovem tem todos os defeitos do adulto, e mais um: o da inexperiência”. Entendemos que o notável escritor e jornalista foi muito severo com a juventude, que representa o futuro. Diga o que disserem, a própria vida cuidará de ensinar-lhes os espaços da liberdade de expressão, duramente conquistada.
Que a irresponsabilidade no falar causa dissabores ninguém duvida. Recentemente o deputado estadual do MBL, Arthur do Val, que ficou famoso com o “Mamãe Falei”, em mensagens pelas redes sociais, direto da Ucrânia, falou barbaridades em termos de machismo, misoginia e desrespeito a um povo que sofre as barbaridades de uma guerra. O resultado é que o deputado teve de retirar sua candidatura ao Governo de São Paulo e está sendo expulso do PODEMOS, fora o processo de cassação do seu mandato.
Comunicar-se numa linguagem clara e adequada faz parte da prudência. E isso exige o respeito pelos sentimentos e pela vida do próximo. Uma pessoa que tenha o hábito de adotar comportamentos imprudentes sujeita-se não só a colocar a sua própria vida em perigo como a dos outros. Para os imprudentes, os violentos e para os que se pronunciam de forma inadequada, fica o conselho: “O peixe morre pela boca”.
*Luiz Holanda, advogado e professor universitário.
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