Um estudo divulgado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) nesta segunda-feira (26/06/2023) revelou que apenas 0,88% das empresas ativas no Brasil em 2020 são exportadoras. Embora sejam poucas em número, essas empresas representam 15% dos empregos formais no país, totalizando 5,2 milhões de trabalhadores.
O estudo intitulado “Perfil das Firmas Exportadoras Brasileiras” baseou-se em dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais), que possuem uma defasagem de dois anos. O MDIC planeja lançar uma nova edição do estudo com base nos dados de 2021, que serão divulgados pela Rais em 2023.
A pesquisa revela que as empresas exportadoras estão concentradas principalmente nas regiões Sul e Sudeste do Brasil. Em 2020, 42,8% das empresas que vendiam ao exterior estavam localizadas no estado de São Paulo, seguido pelo Rio Grande do Sul, com 11,1%.
No entanto, quando comparada a relação entre o número de empresas exportadoras e a participação de cada estado nas exportações, a disparidade se torna ainda mais evidente. São Paulo representa 20% das vendas externas do país, enquanto o Rio Grande do Sul representa 6,7%. Por outro lado, o Mato Grosso do Sul, cujas exportações são predominantemente agrícolas, possui apenas 0,7% das empresas exportadoras, em contraste com os 2,8% do valor total exportado.
As diferenças regionais não são as únicas barreiras enfrentadas pelo setor exportador. O tamanho da empresa também é um fator determinante para a capacidade de exportação. Segundo o estudo, 84,5% das empresas que não exportam possuem até nove funcionários. Entre as empresas que vendem para o exterior, 26,5% possuem entre 50 e 249 funcionários, e 30,8% têm de 10 a 49 trabalhadores.
De acordo com a secretária de Comércio Exterior do MDIC, Tatiana Prazeres, além da concentração no setor extrativo, o favorecimento às empresas de maior porte é observado em todos os setores econômicos pesquisados. Ela ressalta que as micro e pequenas empresas enfrentam mais dificuldades para obter informações sobre mercados externos e superar a burocracia, o que gera custos adicionais.
O estudo também aponta que a probabilidade de uma empresa exportar nos primeiros dez anos de atuação é de apenas 1% em média. No setor de transformação, essa probabilidade sobe para 4%, enquanto na indústria extrativa chega a 7,9%.
Em relação aos destinos das exportações, o estudo constatou que, embora a China e os Estados Unidos sejam os principais mercados consumidores, o Mercosul e a América Latina ainda são os destinos mais importantes para as empresas brasileiras. Em 2020, 61% das exportadoras venderam seus produtos para países da América Latina.
A secretária de Comércio Exterior destaca a importância de fechar acordos comerciais para ampliar o número de empresas exportadoras e reduzir as barreiras enfrentadas pelos produtos brasileiros nos mercados externos.
O estudo oferece diagnósticos relevantes para estimular o aumento do número de empresas exportadoras no Brasil, principalmente nas regiões do interior do país. Segundo Tatiana Prazeres, as empresas que exportam são mais inovadoras, geram mais empregos e pagam salários melhores, o que reforça a importância de promover o comércio exterior dentro do país.
*Com informações da Agência Brasil.
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