A Central Única dos Trabalhadores (CUT) celebra quatro décadas de existência, representando um marco na história sindical brasileira. Fundada em 1983, a CUT nasceu da necessidade de unificar diferentes categorias de trabalhadores e lutar por seus direitos em um período de intensas mobilizações e transformações no país. Hoje, a CUT enfrenta o desafio de garantir proteção e representatividade para novas categorias, como os trabalhadores de aplicativos, que muitas vezes estão à margem das leis trabalhistas. A central sindical também busca modernizar seu modelo e fortalecer a negociação coletiva, em um cenário de mudanças na composição da classe trabalhadora e nos modos de trabalho.
Em entrevista à Agência Brasil, o presidente da CUT, Sérgio Nobre, enfatizou a importância de trazer todos os trabalhadores para o sistema sindical, buscando a inclusão daqueles que enfrentam a precarização do trabalho. Ele destacou que cerca de metade da classe trabalhadora, composta por microempreendedores e autônomos de aplicativos, não conta com proteção trabalhista. Nesse sentido, a CUT se engaja em mesas de negociação com o governo federal para buscar soluções que garantam a proteção e os direitos desses trabalhadores.
A criação da CUT no início dos anos 1980 marcou uma conquista importante para o movimento sindical brasileiro, ao conseguir unir diferentes sindicatos em uma única organização. O historiador social do trabalho Paulo Fontes destacou que, até então, nenhuma central sindical havia conseguido se consolidar no Brasil. A CUT emergiu em um contexto de mobilizações e greves dos trabalhadores, sendo resultado direto das lutas travadas no final dos anos 1970.
A CUT teve um papel significativo na construção da Constituição de 1988, contribuindo para a inclusão de aspectos sociais que refletiam as demandas dos trabalhadores. Ao longo de sua história, a central sindical continuou atuando na defesa dos direitos dos trabalhadores e na busca por melhores condições de trabalho. No entanto, a transformação da composição da classe trabalhadora apresenta novos desafios. Com o declínio da indústria e o aumento da força de trabalho nos serviços, é necessário repensar a organização sindical para atender às necessidades desses novos perfis de trabalhadores.
O pesquisador Paulo Fontes ressalta a importância de os sindicatos estabelecerem um diálogo constante com os trabalhadores e repensarem sua própria organização diante das mudanças atuais. Os sindicatos precisam se aproximar dessas novas categorias e ouvir suas demandas, a fim de representá-las de maneira efetiva e buscar soluções que garantam seus direitos trabalhistas.
A CUT celebra quatro décadas de atuação, marcadas por conquistas, desafios e um compromisso contínuo com a defesa dos direitos dos trabalhadores. Enquanto busca modernizar sua abordagem para atender às demandas de um cenário em constante transformação, a central sindical permanece como uma voz importante na luta por justiça social e igualdade no mundo do trabalho.
*Com informações da Agência Brasil.
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