A morte de Adriano da Nóbrega, ex-capitão do Bope, líder do Escritório do Crime, grupo de assassinos de aluguel no Rio de Janeiro, além dos vínculos do miliciano com a família Bolsonaro intensificam a atenção sobre seu caso e continua a ser um mistério intrincado, apesar da extensa investigação de quatro anos desencadeada pelo Ministério Público (MP). Apartir do inquérito desta investigação, a Revista Veja apresenta em extensa reportagem de capa desta sexta-feira (12/01/2024) sobre os eventos que cercaram a localização e morte na Bahia, destacando as contradições nos laudos periciais, a falta de evidências conclusivas e as ligações controversas com figuras políticas proeminentes. O desfecho da investigação deixa perguntas sem resposta, alimentando a incerteza sobre a verdadeira natureza dos últimos momento do miliciano ex-policial militar ligado ao bolsonarismo .
A narrativa da Revista Veja é repleta de intrigas e reviravoltas sobre a trajetória do ex-capitão do Bope, Adriano da Nóbrega e revela-se como um thriller de ação em solo brasileiro. Conhecido por chefiar o temido Escritório do Crime no Rio de Janeiro, o ex-policial possuía vínculos estreitos com a família do ex-presidente Jair Bolsonaro. Sua fuga em 2019 e subsequente morte em 2020, oficialmente durante um confronto policial, deixaram questões em aberto.
Adriano foi localizado em Esplanada, na Bahia, onde uma operação monumental, envolvendo drones, aeronaves e armamento pesado, resultou em sua morte. A versão oficial fala de um confronto no qual o ex-capitão reagiu armado, mas a família sustenta a tese de uma execução planejada para proteger figuras importantes, incluindo políticos.
Antes de ser encontrado, Adriano mencionou a amigos que sua morte estava encomendada por um consórcio de bicheiros, milicianos, policiais e políticos, destacando o ex-governador Wilson Witzel. Este último, segundo o ex-capitão, teria recebido R$ 2 milhões do crime organizado para sua campanha eleitoral em 2018. A investigação aponta para uma confirmação parcial da versão policial, mas também revela falhas, eventos nebulosos e fatos estranhos, alimentando dúvidas sobre se foi confronto ou execução.
“No dia 9 de fevereiro de 2020, o ex-capitão foi cercado no município de Esplanada, a 165 quilômetros de Salvador. Estava sozinho e, segundo a versão oficial, armado. Ao perceber a chegada dos policiais, reagiu e foi abatido com dois tiros!”, Registra Veja na edição nº 2875.
Confira principais trechos sobre o Caso Adriano da Nóbrega.
Da fuga de Adriano da Nóbrega a Operação Esplanada
A fuga de Adriano da Nóbrega, ex-capitão do Bope, do Rio de Janeiro para o interior do Nordeste, desencadeou uma operação cinematográfica de captura que culminou em seu confronto fatal com a polícia baiana. Após meses perambulando por fazendas, Adriano foi cercado pela primeira vez na Costa do Sauípe, mas conseguiu escapar. Seu esconderijo em Esplanada, porém, revelou-se fatal. Com um plano de fuga elaborado, incluindo resgate de helicóptero financiado pelo crime organizado carioca, o ex-capitão estava prestes a deixar o país. A polícia, contudo, interceptou a viúva em uma blitz, levando a pistas cruciais sobre sua localização.
A Secretaria de Segurança da Bahia desencadeou uma megaoperação para capturar Adriano. Setenta homens, drones, helicópteros, veículos táticos e armamentos pesados foram mobilizados. A destreza do ex-capitão, primeiro colocado em treinamentos de tiro e sobrevivência na mata, foi enfatizada. Patrulhas a pé, granadas de luz e som, tudo foi meticulosamente planejado. No entanto, o miliciano não estava em seu esconderijo. Uma testemunha indicou sua presença em uma casa distante, e o confronto fatal ocorreu quando a polícia o encontrou. A versão oficial fala de resistência à prisão, mas dúvidas persistem sobre os eventos que culminaram na morte de Adriano da Nóbrega.
As incertezas da investigação e as contradições nos detalhes
A investigação, que se desdobrou em mais de 4.000 páginas de documentos, depoimentos e perícias, apresenta uma teia intricada de detalhes intrigantes e lacunas, deixando diversas perguntas sem resposta. A ausência de clareza quanto à natureza do evento – confronto ou execução – lança incertezas sobre o desfecho do caso.
Ao analisar o corpo de Adriano, emergem ferimentos enigmáticos que alimentam a hipótese de uma possível execução. As divergências entre os laudos periciais e as versões dos policiais adicionam complexidade à compreensão dos eventos.
A morte de Adriano da Nóbrega, ex-capitão do Bope e líder do Escritório do Crime, mantém investigadores perplexos, com questionamentos persistentes acerca de execução ou confronto. Abatido por dois tiros, a trajetória de uma das balas intensifica a suspeita de execução. Ferimentos enigmáticos, como o corte na testa e a queimadura no peito, desafiam as conclusões das polícias baiana e fluminense, ampliando o mistério em torno do caso. Divergências sobre o momento da morte, a presença de chumbo nas mãos de Adriano e os eventos pós-confronto persistem, destacando a complexidade do caso.
Diante das incertezas, os investigadores buscaram o auxílio da Polícia Federal para reconstituir o crime e reexaminar o corpo. Contudo, quatro anos após o incidente, as etapas planejadas para a reconstituição não foram concluídas, e a exumação, realizada em 2021, contribuiu minimamente para desvendar os mistérios. Peritos federais concluíram que o ferimento na testa ocorreu próximo ou após a morte, enquanto a queimadura no tórax permanece sem explicações devido ao avançado estado de decomposição. O exame também não encontrou resíduos de chumbo nas mãos de Adriano. Depoimentos de testemunhas, como Júlia Lotufo, reforçam a hipótese de uma execução premeditada, levantando dúvidas sobre a versão oficial.
Ironias, descuidos e o enigma que persiste
Os descuidos da polícia baiana, notadamente a ausência de gravações da Operação Esplanada e o sumiço da arma utilizada, impactam diretamente a investigação. A falta de registros visuais e a perda do instrumento bélico geram incertezas cruciais sobre os eventos que culminaram na morte de Adriano.
A trajetória da apuração sobre o falecimento de Adriano da Nóbrega é marcada por uma série de descuidos, sejam estes intencionais ou não, por parte da polícia baiana. Apesar das circunstâncias obscuras que cercam o ex-capitão do Bope, os esforços investigativos foram prejudicados por erros, lacunas e falhas, obstando uma conclusão inequívoca. Esta análise aprofunda-se nos matizes desses descuidos, evidenciando seu impacto nas apurações e acrescentando novas camadas de mistério a um caso já intricado.
Diante dos desafios enfrentados pelos investigadores, a polícia baiana encontra-se diante da urgência de superar seus próprios equívocos para esclarecer os contornos sombrios da morte de Adriano. A matéria explora as repercussões desses descuidos na busca pela verdade e nos esforços para alcançar justiça no caso, que continua a intrigar tanto o público quanto especialistas em segurança pública.
Apesar da exumação do corpo e dos pedidos à Polícia Federal, as incertezas persistem. O Ministério Público, não encontrando lastro probatório mínimo para denúncias contra os policiais envolvidos, solicita o arquivamento do caso.
Capítulo obscuro na história do combate ao crime
O Ministério Público, após quatro anos de investigação, não conseguiu dissipar completamente o mistério, deixando perguntas sem resposta e detalhes intrigantes. O legado do ex-capitão, envolto em mistério, lança dúvidas sobre a Operação Esplanada e a relação com o Bolsonarismo. As incertezas em torno de sua morte deixam um capítulo sombrio na história do combate ao crime no Brasil.
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