Crise climática no Rio Grande do Sul com chuvas intensas causa mortes, danos materiais severos e suspensão de voos

Prefeitura de Porto Alegre a esquerda e o Mercado Municipal a direita, alagados, após chuva intensa.
Prefeitura de Porto Alegre a esquerda e o Mercado Municipal a direita, alagados, após chuva intensa.

As intensas chuvas que assolam o estado do Rio Grande do Sul desde o último dia 26 continuam a ceifar vidas, provocar danos materiais e gerar transtornos à população local. A cada novo levantamento divulgado pela Defesa Civil estadual, o número de vítimas e afetados pelas consequências dos eventos climáticos, como alagamentos e deslizamentos, cresce de forma alarmante.

Entre os boletins divulgados nesta sexta-feira (03/05/2024), o registro de mortes confirmadas subiu de 31 para 37, enquanto o número de feridos decorrentes das chuvas aumentou de 56 para 74 indivíduos. O total de afetados permaneceu constante em 351.639, assim como o número de cidades atingidas (235) e de pessoas desaparecidas (74). Porém, o quantitativo de desalojados, pessoas obrigadas a abandonar suas residências, saltou de 17.087 para 23.598, com aproximadamente 7.949 indivíduos alojados em abrigos públicos ou privados.

As condições climáticas adversas levaram ao fechamento das pontes sobre o Lago Guaíba e o Rio dos Sinos, pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Além disso, as precipitações afetaram os serviços de telecomunicações, deixando diversas áreas sem acesso à comunicação. O alerta se estende a possíveis desmoronamentos e movimentos de massa de solo, com previsão de mais chuvas intensas até o domingo (5), especialmente na região do Planalto Alto Uruguai, onde o Rio Uruguai pode transbordar.

O tenente-coronel Darci Bugs Júnior, da Defesa Civil estadual, reiterou a importância da precaução e da permanência em áreas seguras, desencorajando deslocamentos pelas estradas comprometidas e enfatizando a gravidade da situação em decorrência do aumento do nível dos rios e dos riscos iminentes.

Aeroporto de Porto Alegre suspende voos por tempo indeterminado; Concessionária toma medida diante das condições climáticas no estado

A concessionária responsável pela administração do Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, comunicou a suspensão dos pousos e decolagens por período indeterminado. A decisão, em vigor desde as 20h, visa assegurar a integridade de funcionários e passageiros em face das adversidades decorrentes das intensas precipitações que assolam o Rio Grande do Sul.

Em nota, a Fraport, empresa concessionária, esclareceu que a ação se dá em virtude do estado de calamidade provocado pelas fortes chuvas que atingem a região. Recomendou-se aos passageiros que contatem as respectivas companhias aéreas para atualizações sobre seus voos.

O Rio Grande do Sul enfrenta um cenário crítico, com 39 óbitos registrados e 68 indivíduos desaparecidos, segundo a Defesa Civil. Mais de 8 mil pessoas foram resgatadas, enquanto 24 mil estão desalojadas. Até o momento, 265 municípios do estado foram afetados pelas intempéries.

A companhia aérea Latam informou o cancelamento de voos com destino a Porto Alegre e partindo da capital gaúcha até o meio-dia deste sábado (4). A Azul e a Gol também adotaram medidas semelhantes, suspendendo operações até o próximo domingo (5), oferecendo opções de remarcação e orientando passageiros por meio de aplicativos e canais de comunicação online.

Diante do panorama desafiador, a segurança e o bem-estar dos envolvidos nas operações aéreas emergem como prioridade, conduzindo ações assertivas para mitigar os impactos da crise climática sobre o transporte aéreo na região.

Inmet divulga alerta de perigo de chuvas neste sábado no RS e SC; Órgão emite aviso para cerca de 600 municípios

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu um novo alerta de perigo de chuvas intensas para o Rio Grande do Sul e a região sul de Santa Catarina, previsto para este sábado (4). O aviso aponta riscos de alagamentos, descargas elétricas, queda de galhos de árvores e interrupções no fornecimento de energia elétrica, podendo afetar aproximadamente 600 municípios.

A região metropolitana de Porto Alegre e outras localidades gaúchas, assim como a Grande Florianópolis, o Vale do Itajaí e áreas do oeste e sul catarinense estão entre as áreas sob alerta. Recomenda-se à população evitar abrigar-se debaixo de árvores e estacionar veículos próximos a torres de transmissão e placas de propaganda. Em caso de emergência, os contatos da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros devem ser acionados.

Os efeitos das chuvas recentes já causaram danos significativos no Rio Grande do Sul, com registros de mortes, desaparecimentos, resgates e desalojamentos. O estado enfrenta uma situação de calamidade, com um grande número de municípios impactados e comunidades afetadas pela intensidade das precipitações, o que reforça a importância dos alertas e medidas preventivas para mitigar os riscos à população.

Danos em rodovias começam a ser avaliados no Rio Grande do Sul; Enchentes deixam 154 trechos bloqueados e pontes danificadas

Com o recuo das águas das enchentes que assolaram o Rio Grande do Sul, emerge a real dimensão dos estragos nas estradas e acessos do estado. São 154 trechos, distribuídos em 68 rodovias, afetados por bloqueios totais e parciais, incluindo pontes danificadas.

Nas redes sociais, imagens revelam os danos no asfalto da ponte sobre o Rio Taquari, na BR-386, entre Lajeado e Estrela, que permanece interditada. O prefeito de Estrela, Elmar Schneider, ressalta a necessidade de uma avaliação técnica para determinar a extensão dos danos estruturais. Enquanto isso, a concessionária responsável pela rodovia mantém o bloqueio, aguardando avaliação detalhada.

A Polícia Rodoviária Federal reporta a interdição preventiva de 93 quilômetros da BR-386, entre Lajeado e Soledade. Com múltiplos municípios isolados, como Santa Tereza, na Serra gaúcha, onde há apenas um acesso, autoridades locais mobilizam esforços para restabelecer a conectividade viária. Em meio a um cenário catastrófico, prioridades são delineadas e recursos terceirizados são cogitados para amenizar os impactos da crise nas infraestruturas rodoviárias.

Ministro do Governo Lula afirma que não haverá limite orçamentário para ajudar o RS; Governo federal estabelece medidas de apoio em meio à tragédia

Em resposta à crise desencadeada pelas fortes chuvas no Rio Grande do Sul, o governo federal anuncia a instalação de um escritório permanente em Porto Alegre para supervisionar as operações de resgate e assistência ao estado, considerado o epicentro da maior tragédia já enfrentada em sua história.

O ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Paulo Pimenta, em entrevista à TV Brasil, assegura que o escritório funcionará até que todos os afetados sejam resgatados. Ações emergenciais já estão em curso, incluindo o envio de embarcações, caminhões e retroescavadeiras, além da autorização para a mobilização de 100 agentes da Força Nacional pelo Ministério da Justiça. O ministro enfatiza que não haverá restrição de recursos para a reconstrução das áreas atingidas, visando restabelecer a dignidade e a segurança da população.

*Com informações da Agência Brasil.

Rio Guaíba, após forte chuva em Porto Alegre.
Rio Guaíba, após forte chuva em Porto Alegre.

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