Combate à fome é escolha política, afirma presidente Lula em evento do G20

Presidente destaca a necessidade de decisões políticas para erradicar a fome e lança iniciativa internacional no Rio de Janeiro.
Presidente destaca a necessidade de decisões políticas para erradicar a fome e lança iniciativa internacional no Rio de Janeiro.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta quarta-feira (24/07/2024), que o combate à fome é uma escolha política dos governantes, sublinhando que a fome resulta, em grande parte, de decisões políticas.

“A fome não resulta apenas de fatores externos, ela decorre, sobretudo, de escolhas políticas. Hoje o mundo produz alimentos mais do que suficientes para erradicá-la. O que falta é criar condições de acesso aos alimentos”, declarou Lula.

Durante o evento de pré-lançamento da força-tarefa para a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, no Rio de Janeiro, Lula destacou o contraste entre os gastos crescentes com armamentos e a persistência da fome.

“Enquanto isso, os gastos com armamentos subiram 7% no último ano, chegando a US$ 2,4 trilhões. Inverter essa lógica é um imperativo moral, de justiça social, mas também essencial para o desenvolvimento sustentável”, acrescentou.

A Aliança Global contra a Fome e a Pobreza busca estabelecer um compromisso internacional para obter apoio político, recursos financeiros e conhecimento técnico, visando a implementação de políticas públicas e tecnologias sociais eficazes para erradicar a fome e a pobreza. Entre as iniciativas bem-sucedidas mencionadas por Lula estão programas nacionais de transferência de renda, alimentação escolar, cadastro de famílias vulneráveis, apoio à primeira infância, apoio à agricultura familiar, assistência social, protagonismo das mulheres e inclusão socioeconômica e produtiva.

Lula reiterou a importância das decisões políticas no combate à fome. “A fome não é uma coisa natural, a fome é uma coisa que exige decisão política”, afirmou. Ele destacou a necessidade de atenção dos governantes aos pobres, afirmando que é inadmissível que, em pleno século 21, ainda seja necessário pedir aos dirigentes políticos para olharem para os pobres como seres humanos que desejam oportunidades.

A aliança, proposta pelo Brasil no G20, teve seus documentos fundacionais aprovados no encontro de ministros no Rio de Janeiro, iniciando o processo de adesão pelos países. O lançamento oficial da aliança será formalizado na Cúpula de Líderes do G20, em novembro, também no Rio de Janeiro.

“A aliança representa uma estratégia de conquista da cidadania, e a melhor maneira de executá-la é promovendo a articulação de todos os atores relevantes. Nossa melhor ferramenta será o compartilhamento de políticas públicas efetivas”, afirmou Lula.

A Aliança Global contra a Fome e a Pobreza será gerida por um secretariado alojado nas sedes da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), em Roma e em Brasília, e funcionará até 2030. O Brasil cobrirá metade dos custos da aliança, com apoio de outros países e instituições internacionais. O Banco Mundial, o Banco Interamericano de Desenvolvimento e o Banco Africano de Desenvolvimento anunciaram contribuições para a iniciativa.

Lula também abordou a necessidade de reformar as instituições de governança global, incluindo as financeiras, para enfrentar problemas como a fome e a pobreza de maneira mais eficaz.

“A representação distorcida na direção do FMI e do Banco Mundial é um obstáculo ao enfrentamento dos complexos problemas da atualidade. Sem uma governança mais efetiva e justa, na qual o Sul Global esteja adequadamente representado, problemas como a fome e a pobreza serão recorrentes”, afirmou o presidente.

*Com informações da Agência Brasil.


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