A 64ª Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul e Estados Associados começou na segunda-feira (08/07/2024), em Assunção, Paraguai, marcada pela ausência do presidente argentino Javier Milei. Milei optou por não comparecer ao evento, enviando a chanceler Diana Mondino como representante, enquanto ele se dirigia à Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC) 2024, em Balneário Camboriú, Santa Catarina, organizada pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro.
Especialistas em entrevista ao podcast Mundioka, da Sputnik Brasil, analisaram as repercussões dessa ausência para a cúpula e destacaram a postura de Lula, um dos poucos líderes de esquerda presentes, junto com o presidente boliviano Luis Arce. Eduardo Galvão, professor de relações institucionais do Ibmec Brasília, afirmou que a decisão de Milei pode ser vista como uma manobra estratégica, refletindo sua postura ultraliberal e críticas ao Mercosul, que ele vê como protecionista.
Galvão ressaltou que a ausência de Milei e sua participação na CPAC alinham-se mais com sua agenda ideológica. No entanto, ele destacou que essa atitude pode ser prejudicial a longo prazo, quebrando protocolos diplomáticos e possivelmente complicando as relações bilaterais.
A ausência de Milei na cúpula levantou questões sobre a possível saída da Argentina do Mercosul, um movimento que Galvão considera drástico e prejudicial. Ele enfatizou os benefícios econômicos e sociais da permanência da Argentina no bloco, destacando setores como o agrícola e o automotivo, que dependem das exportações facilitadas pelo Mercosul.
Cairo Junqueira, professor do Departamento de Relações Internacionais da Universidade Federal de Sergipe (UFS), apontou que a postura de Milei não reflete os interesses da Argentina, que tem no Mercosul um de seus maiores parceiros comerciais. Junqueira também destacou a retórica política de Milei, comparando-a com a de Jair Bolsonaro, e sublinhou a importância da integração econômica e política promovida pelo bloco.
A cúpula também foi marcada pela formalização da entrada da Bolívia no Mercosul, um movimento que Junqueira vê como positivo tanto comercial quanto politicamente, destacando a importância estratégica da Bolívia para a região.
Analistas concluíram que, apesar das diferenças ideológicas e ausências notáveis, a liderança de Lula no Mercosul permanece robusta, reforçada pela posição econômica do Brasil e pela experiência diplomática do presidente brasileiro.
*Com informações da Sputnik News.
Share this:
- Click to print (Opens in new window) Print
- Click to email a link to a friend (Opens in new window) Email
- Click to share on X (Opens in new window) X
- Click to share on LinkedIn (Opens in new window) LinkedIn
- Click to share on Facebook (Opens in new window) Facebook
- Click to share on WhatsApp (Opens in new window) WhatsApp
- Click to share on Telegram (Opens in new window) Telegram
Relacionado
Discover more from Jornal Grande Bahia (JGB)
Subscribe to get the latest posts sent to your email.




