Os líderes da China prometeram na quinta-feira (18/07/2024) modernizar o complexo industrial, apoiar a demanda doméstica, reduzir os riscos associados à dívida e à propriedade, e implementar reformas orçamentárias e financeiras. As declarações foram feitas ao final da terceira sessão plenária do Partido Comunista da China (PCC), conforme informado pela mídia estatal. As promessas, no entanto, receberam uma recepção mista dos analistas, que esperam continuidade nas políticas chinesas.
Na reunião, também houve mudanças na composição do Comitê Central, a autoridade máxima do PCC, com a saída de três membros acusados de corrupção. Entre as reformas anunciadas, Pequim planeja melhorar a seguridade social, a saúde e os mecanismos de distribuição de renda, além de implementar reformas agrárias, segundo a agência New China.
A ata da reunião destaca que a China reforçará o papel dos mecanismos de mercado na economia, criando um ambiente de mercado mais justo e dinâmico e otimizando a alocação de recursos. Anteriormente, os comunicados afirmaram que os mercados desempenhariam um papel decisivo na economia do país. As restrições aos mercados serão suspensas, enquanto as regulamentações garantirão melhor a ordem nos mercados e corrigirão os erros, acrescentou o comunicado.
Contudo, a ata não especifica quais mudanças ocorrerão, apenas que elas devem ser implementadas até 2029. O comunicado à imprensa também enfatiza a importância de encontrar novas forças produtivas, um slogan cunhado pelo presidente chinês Xi Jinping, que engloba a visão de crescimento sustentado por desenvolvimentos científicos e tecnológicos. Um documento detalhando as medidas a serem tomadas deverá ser publicado nos próximos dias.
Max Zenglein, economista-chefe do Merics, um instituto de pesquisa especializado, acredita que há muito pouco no comunicado para ser otimista. Segundo ele, tranquilizar as empresas estrangeiras ou a classe média claramente não era a principal prioridade. Zhang Zhiwei, economista-chefe da Pinpoint AM, concorda, afirmando que não há nenhum sinal claro de que as políticas macroeconômicas serão alteradas.
As incertezas permanecem, especialmente sobre como Pequim pretende resolver a contradição de apoiar simultaneamente a oferta e a demanda. Julian Evans-Pritchard, diretor de economia chinesa da Capital Economics, observa que ainda parece haver uma tensão entre as políticas criadas para melhorar a segurança econômica e a oferta e aquelas criadas para fortalecer o papel dos mecanismos de mercado e apoiar o consumo. Tommy Wu, economista do Commerzbank, acrescenta que as políticas do lado da oferta continuarão a ter precedência sobre as outras.
Na área de anticorrupção, os ex-ministros das Relações Exteriores e da Defesa, Qin Gang e Li Shangfu, renunciaram ao Comitê Central no plenário, que reúne os principais líderes do PCC e é presidido por Xi Jinping. O Comitê Central aceitou a renúncia de Qin Gang e confirmou a expulsão de Li Shangfu e do ex-chefe da Força de Mísseis do Exército de Libertação Popular, Li Yuchao, por graves violações da disciplina e da lei, um eufemismo para corrupção.
Os três ex-membros do Comitê Central deixaram seus cargos no governo no ano passado. Qin Gang foi um dos mais jovens ministros das Relações Exteriores da China, com uma carreira meteórica ligada, segundo alguns observadores, à sua proximidade com Xi Jinping. Wen-Ti Sung, membro do Global China Hub do Atlantic Council, explica que as imagens públicas de Qin e Xi estão parcialmente ligadas, e não é possível atacar o primeiro sem também manchar a imagem de Xi.
*Com informações da RFI.
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