Protesto contra feminicídio é realizado em Cachoeira durante julgamento de José Alexandre Passo Goes Silva

Manifestantes se reúnem no Fórum Augusto Teixeira de Freitas em Cachoeira para protestar contra o feminicídio de Elitânia de Souza, enquanto seu assassino é julgado e condenado.
Manifestantes se reúnem no Fórum Augusto Teixeira de Freitas em Cachoeira para protestar contra o feminicídio de Elitânia de Souza, enquanto seu assassino é julgado e condenado.
Nesta quarta-feira (31/07/2024), o Fórum Augusto Teixeira de Freitas em Cachoeira foi palco de um protesto significativo contra o feminicídio, durante o julgamento de José Alexandre Passo Goes Silva, condenado pelo assassinato da estudante quilombola Elitânia de Souza. O ato foi organizado por estudantes e professoras da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), juntamente com movimentos e coletivos populares. A prefeita de Cachoeira, Eliana Gonzaga (PT), também participou da manifestação, que pediu justiça e o fim da violência contra mulheres negras.

Elitânia de Souza, estudante quilombola, foi assassinada em 27 de novembro de 2019, quando saía da universidade. O crime foi cometido pelo ex-namorado da vítima, José Alexandre Passo Goes Silva, que não aceitava o término do relacionamento. Durante o julgamento, que resultou na condenação de Silva a 18 anos de prisão em regime fechado, os manifestantes exigiram justiça e denunciaram o aumento da violência contra mulheres negras no Brasil.

O protesto destacou a necessidade de políticas públicas mais eficazes para a proteção das mulheres.

“Pedimos o fim das muitas violências que sofremos. Nós, mulheres negras, temos direitos. É preciso saber que ninguém poderá tirar vidas de mulheres negras. Exigimos respeito. Nenhum agressor pode ficar impune depois de tirar vidas. Terá de responder por seus crimes, pois temos leis que protegem nossos direitos. As estatísticas de violência contra mulheres negras vêm subindo assustadoramente, isso precisa parar”, declarou uma das organizadoras do ato.

A edição de 2023 do Relatório Atlas da Violência revela que, embora a taxa de homicídios da população em geral esteja em queda, os homicídios femininos cresceram 0,3% de 2020 para 2021. Em 2021, 3.858 mulheres foram mortas de forma violenta no Brasil, representando mais de 10 mortes por dia. Desse total, 2.601 eram mulheres negras, o que corresponde a 67,4% das vítimas.

O julgamento de José Alexandre Passo Goes Silva e a condenação a 18 anos de prisão em regime fechado reforçam a importância de lutar contra a impunidade em casos de feminicídio. A comunidade de Cachoeira, juntamente com ativistas e autoridades, continua empenhada em combater a violência de gênero e proteger os direitos das mulheres.


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