EUA: Ativista pró-Ucrânia é preso após suposta tentativa de assassinato contra candidato Donald Trump

Autoridades afirmam que Ryan Wesley Routh, ativista pró-Ucrânia, é o principal suspeito de tentativa de assassinato.
Autoridades afirmam que Ryan Wesley Routh, ativista pró-Ucrânia, é o principal suspeito de tentativa de assassinato.

Ryan Wesley Routh, um ativista pró-Ucrânia, foi preso no último domingo (15/092/024), acusado de tentar assassinar o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O incidente ocorreu no Trump International Golf Club, na Flórida, onde Trump jogava golfe por volta das 13h30, horário local. Routh foi flagrado armado com um rifle AK-47, escondido em arbustos próximos ao local onde Trump se encontrava. Segundo autoridades, o Serviço Secreto confrontou o suspeito, que conseguiu fugir em um veículo Nissan preto antes de ser capturado 61 quilômetros do campo de golfe. Trump saiu ileso do ocorrido.

De acordo com o FBI, o incidente está sendo tratado como uma “aparente tentativa de assassinato”. Agentes do Serviço Secreto afirmaram que o rifle de Routh foi avistado a uma distância considerável, o que permitiu a ação rápida dos seguranças presidenciais. O xerife de Palm Beach County, Ric Bradshaw, destacou que não há confirmação sobre se o suspeito chegou a disparar contra Trump ou os agentes do Serviço Secreto. Trump, em comunicado enviado aos seus apoiadores logo após o incidente, declarou estar “seguro e bem”, reforçando que “nada vai me segurar”.

Histórico e antecedentes do suspeito

Ryan Wesley Routh, de aproximadamente 50 anos, é um conhecido ativista pró-Ucrânia, sem experiência militar, que teria viajado ao país logo após a invasão russa em 2022. Routh ficou conhecido por suas convocações públicas para que combatentes internacionais se juntassem à resistência ucraniana contra as forças russas. Em uma entrevista ao New York Times, concedida em 2023, ele mencionou sua tentativa de recrutar soldados afegãos que haviam fugido do Talibã para se unirem ao conflito.

Perfis nas redes sociais ligados ao nome de Routh continham mensagens de apoio à Ucrânia e atualizações sobre suas tentativas de mobilizar combatentes estrangeiros. No entanto, relatos da mídia indicam que Routh possuía antecedentes criminais, incluindo acusações e condenações por porte ilegal de armas. Fontes da rede de televisão CBS confirmaram que ele já havia sido processado por crimes relacionados ao porte de armas de fogo em ocasiões anteriores. O filho de Routh, Oran, foi entrevistado pela imprensa americana, descrevendo-o como um “pai amoroso”, apesar de seu envolvimento em atividades suspeitas.

O contexto do ataque

Donald Trump estava jogando golfe sob uma tarde ensolarada, em seu clube particular, quando o Serviço Secreto percebeu algo suspeito. Um dos agentes avistou o cano de um rifle emergindo de uma cerca próxima, o que levou a uma ação imediata das autoridades. Conforme relatado pelo xerife Ric Bradshaw, o Serviço Secreto tentou confrontar o suspeito, mas ele conseguiu fugir em um carro que posteriormente foi localizado em Martin County, a cerca de 45 minutos de distância.

O veículo, um Nissan preto, foi avistado por uma testemunha que forneceu à polícia uma descrição detalhada do carro e de sua placa. Após um alerta emitido pelas autoridades, o carro foi interceptado em uma estrada e Routh foi preso. Durante a captura, o suspeito teria demonstrado calma e não ofereceu resistência. Ao ser detido, foi encontrada uma câmera GoPro, além de mochilas e uma mira telescópica, junto ao rifle.

Reação política ao incidente

A Casa Branca informou que o presidente Joe Biden e a vice-presidente Kamala Harris foram imediatamente notificados sobre o ocorrido. Kamala Harris, que disputa a presidência com Trump nas eleições de 2024, condenou o incidente e afirmou que “a violência não tem lugar na América”. Em uma mensagem publicada na rede social X, Harris manifestou seu alívio por Trump estar seguro, reiterando que qualquer tipo de violência política é inaceitável.

Esse episódio marca o segundo atentado contra Trump em um período de dois meses. Em julho de 2024, Thomas Matthew Crooks, de 20 anos, tentou assassinar o ex-presidente durante um comício na Pensilvânia, disparando de um prédio próximo. Na ocasião, Trump foi ferido de raspão na orelha, enquanto um de seus apoiadores foi morto. Crooks foi abatido por um atirador do Serviço Secreto no local.

O ‘novo normal’ da violência política nos EUA

O aumento dos episódios de violência contra figuras políticas nos Estados Unidos tem levantado questionamentos sobre a segurança pública e a estabilidade política no país. Anthony Zurcher, correspondente da BBC na América do Norte, afirmou que os americanos têm enfrentado “novos normais” em sua vida política, referindo-se ao aumento da violência armada no país. Zurcher destacou que o ataque contra Trump e os detalhes ainda não esclarecidos sobre as motivações de Routh podem ter um impacto significativo no cenário eleitoral de 2024.

O contexto de violência política nos Estados Unidos tem se intensificado, com ataques a políticos e figuras públicas se tornando mais comuns. Para muitos analistas, o incidente em West Palm Beach reflete um padrão preocupante, que aponta para a normalização de atos violentos como forma de expressão política. Especialistas sugerem que, independentemente de a motivação de Routh estar diretamente relacionada à política americana ou a conflitos internacionais, esse tipo de evento sinaliza um agravamento da tensão social e política no país.

*Com informações da BBC Brasil.

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