Presidente Lula e governador Jerônimo Rodrigues participam de cerimônia de retorno do Manto Tupinambá ao Brasil

Durante cerimônia no Museu Nacional do Rio de Janeiro, o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, celebrou o retorno do Manto Tupinambá ao Brasil, após três séculos no exterior.
Durante cerimônia no Museu Nacional do Rio de Janeiro, o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, celebrou o retorno do Manto Tupinambá ao Brasil, após três séculos no exterior.

O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, participou, nesta quinta-feira (12/09/2024), da cerimônia de retorno do Manto Tupinambá, realizada no Museu Nacional do Rio de Janeiro. O evento contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ministros de Estado e lideranças indígenas. O Manto, considerado um objeto sagrado e de valor histórico para os povos indígenas, retornou ao Brasil no dia 11 de julho, após ter permanecido por 300 anos no Museu Nacional da Dinamarca. Agora, está em exibição na Biblioteca Central do Museu Nacional, no Rio de Janeiro, em cumprimento ao direito dos povos indígenas sobre o artefato.

A devolução do Manto foi possível graças à articulação entre diversas instituições do Brasil e da Dinamarca, com destaque para a atuação do Ministério das Relações Exteriores (MRE), por meio da Embaixada do Brasil na Dinamarca, além da colaboração entre museus dos dois países e da comunidade indígena tupinambá da Serra do Padeiro, situada na Terra Indígena Tupinambá de Olivença, no estado da Bahia, cuja demarcação ainda não foi oficializada.

Compromisso com a preservação cultural

Durante o evento, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou a importância do Manto Tupinambá para a preservação da memória dos povos originários e manifestou sua expectativa de que o artefato seja levado para a Bahia.

“Espero que todos compreendam que o lugar dele não é aqui. O governador indígena da Bahia, Jerônimo Rodrigues, terá o compromisso histórico de construir no estado um lugar adequado para abrigar o objeto, que guarda crenças, memórias e a retomada de uma história que foi apagada por séculos”, afirmou Lula.

A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, também ressaltou o significado do retorno do Manto para a história dos Tupinambás e para o fortalecimento das relações entre os povos indígenas e as instituições culturais.

“Graças à incansável luta dos Tupinambás e à colaboração de várias entidades, celebramos hoje a resistência e a ancestralidade do nosso povo. Esse retorno marca um novo início nas relações entre os indígenas e os museus, que são entidades vivas, de histórias e saberes disponíveis a toda a sociedade brasileira”, disse a ministra.

Liderança indígena celebra momento histórico

A cacique Japomoty, primeira mulher a liderar o povo Tupinambá de Ilhéus, também participou da cerimônia e expressou sua satisfação com o retorno do Manto. “Lutamos muito para que o manto ficasse no Brasil e, hoje, três séculos depois, comemoramos esse momento que simboliza toda a força dos nossos ancestrais. Este é um direito de vida, não só para nós, mas para todos os povos originários. O Brasil de hoje é um novo Brasil”, afirmou a cacique.

O significado do Manto Tupinambá

O Manto Tupinambá era utilizado em rituais importantes pelos membros da comunidade indígena e representa as primeiras populações brasileiras. Sua confecção envolve uma técnica ancestral, utilizando penas vermelhas de guará costuradas em uma malha. Com cerca de 1,80 metros de comprimento e 80 centímetros de largura, o artefato é considerado uma peça singular da cultura tupinambá e um símbolo de resistência e identidade dos povos indígenas.

Presidente Lula e governador Jerônimo Rodrigues participam de cerimônia de retorno do Manto Tupinambá ao Brasil.


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