Publicado originalmente no jornal Tribuna da Bahia, o artigo “Anatomia do Ódio entre Nações” de Joaci Góes, nesta quinta-feira (17/10/2024), explora a crescente tensão entre o nacionalismo e a integração internacional, abordando temas que vão desde a história dos povos nativos do Brasil até os desafios contemporâneos de blocos econômicos. A reflexão de Góes passa pela influência de figuras históricas e contemporâneas, como Lorde Acton, Sigmund Freud e Leon Tolstoi, que oferecem insights sobre a natureza do ódio entre nações.
A visão de Lorde Acton sobre a integração das nações
O artigo destaca a relevância da integração de diferentes povos em um estado unificado, citando Lorde Acton, pensador liberal inglês, que afirmou ser essa integração uma condição necessária para a vida civilizada. Acton argumenta que a incapacidade de um estado em incorporar diferentes nações compromete sua autonomia e vitalidade. Este conceito é retomado quando Góes discorre sobre o crescimento das migrações globais e a importância de construir sociedades que sejam inclusivas e abertas à diversidade.
O isolacionismo dos povos tupi e sua autodestruição
No contexto brasileiro, o artigo de Joaci Góes se volta para a história dos índios tupi, utilizando a análise da antropóloga argentina Célia Beatriz Giménez. Segundo a antropóloga, o isolacionismo e o ódio dos tupi para com outros povos nativos resultaram em sua extinção. Esse isolamento, marcado pela incapacidade de perdoar e aceitar o diferente, contribuiu para a destruição de sua própria cultura, que, ironicamente, buscava uma “terra sem mal”. A reflexão sobre os tupi serve como um alerta para os perigos de um nacionalismo exclusivista.
O impacto do nacionalismo na solidariedade internacional
Góes também analisa o papel do nacionalismo nas sociedades modernas, ressaltando a visão crítica de Freud sobre a capacidade humana de unir-se em torno de um ódio comum. Para Freud, essa agressividade direcionada a um “outro” alimenta a coesão interna dos grupos. No entanto, essa união baseada na exclusão contradiz os princípios de solidariedade internacional, cada vez mais aceitos como fundamentais para o desenvolvimento de políticas universais. Leon Tolstoi, citado por Góes, reforça a ideia de que o nacionalismo é uma força primitiva que limita a humanidade, defendendo que as sociedades devem ser transformadas com base em crenças verdadeiras e universais.
Blocos econômicos e o enfraquecimento do nacionalismo
Por fim, o artigo aborda a formação de blocos econômicos, como a Alca, a CEE, os BRICS e os Tigres Asiáticos, como movimentos que desafiam o espírito nacionalista. Esses blocos unem nações que, no passado, eram inimigas, mas que, através da cooperação econômica, encontram formas de convivência pacífica. O autor destaca que, embora os ajustes iniciais possam gerar conflitos, a cooperação econômica tem se mostrado uma força contrária ao nacionalismo, promovendo a integração e o desenvolvimento internacional. Nesse contexto, a liderança econômica dos Estados Unidos e o papel do NAFTA são destacados como exemplos de como o poder militar e econômico pode ser contrabalançado pela necessidade de cooperação internacional.
Share this:
- Click to print (Opens in new window) Print
- Click to email a link to a friend (Opens in new window) Email
- Click to share on X (Opens in new window) X
- Click to share on LinkedIn (Opens in new window) LinkedIn
- Click to share on Facebook (Opens in new window) Facebook
- Click to share on WhatsApp (Opens in new window) WhatsApp
- Click to share on Telegram (Opens in new window) Telegram
Relacionado
Discover more from Jornal Grande Bahia (JGB)
Subscribe to get the latest posts sent to your email.




