Moradores de 15 capitais decidem Segundo Turno das Eleições 2024 em cenário de disputa nacional no Brasil

Moradores de 15 capitais decidem Segundo Turno das Eleições 2024 em cenário de disputa nacional no Brasil.

Neste domingo (27/10/2024), eleitores de 15 capitais brasileiras voltam às urnas para o segundo turno das eleições municipais, definindo o rumo das administrações locais em um contexto de competição acirrada entre forças políticas da direita e desafios para a esquerda. Em cidades como Curitiba e São Paulo, a disputa tem refletido a polarização nacional e a crescente influência de vertentes bolsonaristas, com candidatos como Eduardo Pimentel (PSB) e Cristina Graeml (PMB), enquanto em Fortaleza e Porto Alegre, os eleitores confrontam questões locais e preferências partidárias que revelam nuances das tendências políticas nacionais.

Em Curitiba, o embate entre Eduardo Pimentel, atual vice-prefeito e candidato pelo PSB com apoio do PL de Jair Bolsonaro, e Cristina Graeml, representante de uma ultradireita “antissistema”, é observado como um reflexo direto das correntes do bolsonarismo radical. A candidata do PMB, antes praticamente desconhecida, conquistou apoio expressivo da ala bolsonarista ao adotar uma postura crítica às instituições e se posicionar como “antissistema”, em contraste com Pimentel, que representa uma direita tradicional e institucional. A trajetória de Graeml ganhou força após denúncias de coação de servidores na campanha de Pimentel e foi consolidada com um apoio público de Bolsonaro, ainda que o PL já estivesse formalmente alinhado ao vice-prefeito.

Em São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), representante da direita institucional e atual prefeito, enfrenta Guilherme Boulos (PSOL), candidato apoiado por figuras da esquerda, incluindo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Embora o apoio presidencial tenha sido um esforço explícito para consolidar Boulos como representante da esquerda no maior colégio eleitoral do país. A eleição em São Paulo também mostrou o impacto do bolsonarismo radical, com Pablo Marçal (PRTB) conquistando uma fatia significativa dos votos no primeiro turno, o que revelou uma divisão entre a direita moderada e seus segmentos mais radicais.

Em Fortaleza, a capital mais populosa do Nordeste, a disputa é marcada pelo confronto entre Evandro Leitão (PT) e André Fernandes (PL), em um contexto de grande expectativa para o lulismo e o bolsonarismo. A cidade, considerada um bastião estratégico para ambos os lados e a vitória de qualquer um dos candidatos será um termômetro importante para o futuro das alianças regionais. A liderança do PL em outras capitais nordestinas reforça o interesse do bolsonarismo em conquistar Fortaleza, o que traria uma vitória significativa para o partido.

Já em Porto Alegre, o atual prefeito Sebastião Melo (MDB) se aproxima da reeleição, após ter enfrentado, ainda no primeiro turno, uma divisão da esquerda representada por Maria do Rosário (PT) e Juliana Brizola (PDT). Apesar dos desafios enfrentados pela cidade devido a enchentes recentes e críticas à gestão pública, Melo teve um bom desempenho, o que analistas associam à fragmentação de votos na oposição. A polarização em Porto Alegre revela também o enfraquecimento do PDT na cidade, partido historicamente associado à família Brizola.

A disputa eleitoral nestas capitais revela, de acordo com analistas como Carlos Ranulfo e Emerson Cervi, uma tendência nacional em que o bolsonarismo continua a influenciar significativamente a direita, enquanto a esquerda enfrenta desafios para consolidar apoios regionais.

As eleições de 2024 são vistas como uma antecipação das batalhas políticas que se intensificarão nas eleições gerais de 2026, com repercussões que podem moldar as alianças e o fortalecimento ou enfraquecimento dos principais partidos do espectro político brasileiro.

Contexto Geral do Segundo Turno das Eleições 2024

  • Data do segundo turno: 27 de outubro de 2024.
  • Número de capitais no segundo turno: 15 capitais.
  • Cenário: Disputa entre forças da direita e esquerda, com a direita dividida entre alas tradicionais e bolsonaristas.

Principais Capitais e Candidatos

  1. Curitiba
    • Candidatos: Eduardo Pimentel (PSB, com apoio do PL) e Cristina Graeml (PMB).
    • Conflito político: Divisão entre a direita tradicional (Pimentel) e a ultradireita “antissistema” (Graeml).
    • Fatores de influência: Apoio de Bolsonaro a Graeml; denúncias contra Pimentel; apoio de eleitores bolsonaristas a Graeml.
  2. São Paulo
    • Candidatos: Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL).
    • Conflito político: Disputa entre direita tradicional (Nunes) e esquerda com apoio do presidente Lula (Boulos).
    • Fatores de influência: Voto bolsonarista dividido com Pablo Marçal (PRTB) no primeiro turno; apoio estadual a Nunes pelo governador Tarcísio de Freitas.
  3. Porto Alegre
    • Candidatos: Sebastião Melo (MDB) e Maria do Rosário (PT).
    • Conflito político: Benefício da divisão de votos na esquerda, entre PT e PDT (Juliana Brizola).
    • Fatores de influência: Enchente recente e críticas à gestão pública; alta aprovação de Melo.
  4. Fortaleza
    • Candidatos: André Fernandes (PL) e Evandro Leitão (PT).
    • Conflito político: Disputa entre lulismo forte e bolsonarismo em uma capital estratégica do Nordeste.
    • Fatores de influência: Apoio de Lula e do ministro Camilo Santana ao candidato petista.

Opinião dos Especialistas

  • Carlos Ranulfo: Analisa a fragmentação do voto conservador em São Paulo e o impacto de Lula na campanha de Boulos.
  • Emerson Cervi: Discute o perfil “antissistema” de Graeml em Curitiba e a estratégia de Bolsonaro ao apoiar Graeml, apesar de seu partido já ter vice com Pimentel.

Tendências

  • Impacto Nacional: Disputa entre vertentes do bolsonarismo e fortalecimento da direita tradicional aponta tendências para as eleições de 2026.

*Com informações do DW.


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