O cenário político nos Estados Unidos sofrerá uma mudança significativa com o retorno de Donald Trump à Casa Branca. A vitória do ex-presidente, líder máximo da direita mundial, vai ter impactos em um mundo repleto de desafios, com enorme expectativa de riscos entre as grandes potências desde a Guerra Fria (1940/1990), quando o mundo estava dividido entre os blocos capitalista e comunista.
Para Trump cumprir a promessa de não descansar enquanto não alcançar “a era de ouro da América”, muitos países terão que ceder, a começar pela China e Rússia. Os países da União Europeia (EU) e da Otan já se preparam para as turbulências na parceria transatlântica, muito embora Mark Rutte, o novo secretário-geral da OTAN, tenha dito (se referindo a Trump) que estava “ansioso para trabalhar com ele novamente para promover a paz por meio da força através da Otan”. Esse tipo de declaração não agrada o presidente eleito, que já deixou bem claro que não acredita no valor da aliança em si, e que sua abordagem sobre a Otan é mais transacional.
Trump só permanecerá na aliança se os países europeus jogarem “limpo” e pararem de tirar “vantagem” dos gastos dos EUA na defesa da UE. Talvez por isso o presidente francês, Emanuel Macron, esteja tentando acelerar a busca por mais autonomia e unidade no bloco, propondo à Alemanha “trabalhar em prol de uma Europa mais unida, mais forte e mais soberana nesse novo contexto”.
Não vai ser fácil, já que isso envolve a reconstrução da capacidade de defesa da Europa de uma maneira que pode levar muitos anos. Apesar das intenções de Trump de fazer novamente a América crescer, as dificuldades são muitas. A deportação em massa de 8 milhões de imigrantes ilegais, o fechamento da fronteira com o México e o fim da cidadania por direito de nascimento podem trazer sérios problemas para seu governo, agravado pelas tarifas sem precedentes sobre produtos estrangeiros de todos os países, especialmente da China. Se ele conseguir realizar o que prometeu na campanha poderá ser ruim para os Estados Unidos, podendo, inclusive, lutar nos tribunais, pois muitas ações serão propostas contra suas medidas. Trump deve pensar muito na tomada de decisões para não criar nos americanos o medo, o incitamento às guerras nem atacar os países supostamente perigosos à segurança dos Estados Unidos.
*Luiz Holanda, advogado e professor universitário.
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