A vitória eleitoral de Donald Trump nos Estados Unidos reforçou a presença e o poder da extrema direita em várias regiões do mundo, incluindo a América Latina, a Europa e o Oriente Médio. Líderes como o presidente argentino Javier Milei, o primeiro-ministro húngaro Viktor Orbán e a primeira-ministra italiana Giorgia Meloni, entre outros, expressaram apoio ao republicano, que se tornou uma figura central na reconfiguração política global.
O apoio de Javier Milei a Trump, por exemplo, é visível tanto em declarações públicas quanto em mensagens pessoais. Em suas redes sociais, o presidente argentino parabenizou Trump pela vitória e reiterou seu alinhamento com os Estados Unidos, principalmente em questões relacionadas a Israel. Milei se posiciona como um aliado estratégico dos Estados Unidos na região, com foco em estreitar relações bilaterais e buscar apoio para a Argentina, que enfrenta uma dívida de US$ 44 bilhões com o FMI. O presidente argentino, frequentemente comparado a Trump por seus posicionamentos e estilo, defende uma política externa centrada em estreitar laços com Washington e Jerusalém.
No contexto internacional, a aproximação de Milei com Trump reflete uma tendência mais ampla entre os líderes de extrema direita. Na Europa, Viktor Orbán, primeiro-ministro da Hungria, é um dos mais fortes aliados de Trump. Orbán, que também compartilha de ideais conservadores e nacionalistas, adotou o lema de Trump, “Make America Great Again”, transformando-o em “Make Europe Great Again”. A relação de Orbán com o regime de Vladimir Putin, além de suas políticas restritivas sobre ONGs e ativistas, coloca a Hungria em uma posição ideológica alinhada com a visão de Trump sobre a soberania nacional e a redução da intervenção externa.
Giorgia Meloni, chefe do governo italiano, também segue uma linha similar, destacando-se na Europa por suas políticas contra a imigração e sua postura crítica em relação aos direitos reprodutivos. Ela tem sido uma defensora das mesmas bandeiras que Trump, compartilhando a retórica anti-establishment e uma visão conservadora da sociedade, o que fortalece sua posição como uma aliada chave da extrema direita global.
No Oriente Médio, a postura de Trump também conquistou apoio significativo, especialmente em Israel, onde seu reconhecimento de Jerusalém como capital e sua política favorável ao país são altamente valorizados. Sua linha dura contra o Irã também foi bem recebida em várias monarquias do Golfo, que veem em Trump uma liderança forte para garantir seus interesses geopolíticos na região.
A vitória de Trump também reverberou fortemente no Brasil, onde bolsonaristas alimentaram a esperança de um retorno de Jair Bolsonaro ao poder. Apesar de sua inelegibilidade até 2030, devido à contestação do sistema eleitoral brasileiro após sua derrota para Luiz Inácio Lula da Silva em 2022, seguidores do ex-presidente pressionam o Judiciário para viabilizar sua candidatura nas eleições de 2026. A relação entre Bolsonaro e Trump, marcada pela afinidade ideológica e pelo uso de retóricas semelhantes, impulsionou a ideia de um “comeback” político para Bolsonaro, similar ao que Trump experimentou em seu retorno à presidência.
O Partido Liberal (PL), vinculado a Bolsonaro, vê a vitória de Trump como parte de um movimento global em favor das ideias conservadoras, que se manifestam também em outros eventos políticos, como a eleição de Milei na Argentina e o fortalecimento das candidaturas de extrema direita no Brasil. A expectativa de uma candidatura de Bolsonaro em 2026 tem ganhado apoio crescente, com o envolvimento de membros da família Bolsonaro em eventos da direita conservadora internacional, como a Conservative Political Action Conference (CPAC), que ocorre anualmente nos Estados Unidos.
Para especialistas como Leonardo Barreto, da consultoria Think Policy, a “volta por cima” de Trump pode estimular a extrema direita brasileira a adotar a mesma estratégia de enfrentamento verbal contra adversários políticos, com vistas à mobilização popular em um cenário de polarização.
*Com informações da RFI.
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