Neste sábado (09/11/2024), milhares de pessoas foram às ruas em várias cidades de Portugal para reivindicar salários mais altos, pensões elevadas e melhorias em serviços sociais essenciais, como moradia e saúde pública. Convocados pela Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP), os protestos ocorreram principalmente no Porto e em Lisboa, com ampla adesão de trabalhadores de diferentes setores.
Tiago Oliveira, Secretário-Geral da CGTP, afirmou que as manifestações são um reflexo das dificuldades enfrentadas diariamente por trabalhadores em ambos os setores, público e privado. Sob o lema “Aumentar os salários e as pensões, resolver os problemas do país”, a campanha do sindicato denunciou o alto custo de vida, especialmente em relação à moradia, e o acesso limitado a serviços de saúde. Oliveira também criticou o recente acordo estabelecido entre o governo e a União Geral dos Trabalhadores (UGT), que prevê um aumento gradual do salário mínimo para 870 euros até 2025, acordo do qual a CGTP foi excluída.
Manifestantes presentes em Lisboa e no Porto expressaram frustração com as condições econômicas, com relatos de profissionais qualificados que, mesmo com formação universitária, enfrentam dificuldades para garantir salários dignos.
“Tenho um diploma e esperava condições melhores, mas isso não se reflete no trabalho atual”, declarou um dos participantes.
Situação Econômica e Comparativo Europeu
Portugal é um dos países da Europa Ocidental com os salários mais baixos, com dados oficiais indicando que mais de metade dos trabalhadores recebe menos de 1.000 euros por mês. O salário mínimo atual no país é de 820 euros mensais, com uma proposta governamental para aumentá-lo em 50 euros anuais até atingir 1.020 euros em 2028. Mesmo com esse aumento gradual, o salário mínimo português permanece abaixo de diversos países da União Europeia (UE).
De acordo com o Eurostat, Portugal ocupa a décima segunda posição entre os 22 Estados-membros que possuem salário mínimo estabelecido. No topo da lista, o Luxemburgo registra um salário mínimo de 2.204 euros mensais, seguido pela Irlanda (1.840 euros), Países Baixos (1.829 euros) e Bélgica (1.774 euros), valores que ressaltam as disparidades salariais dentro do bloco europeu.
Críticas e Expectativas dos Trabalhadores
Além dos baixos salários, os manifestantes e sindicalistas têm criticado a distribuição de riqueza no país. Um participante destacou que “há recursos no país, mas o problema é a distribuição, que precisa ser reavaliada para beneficiar mais os trabalhadores que produzem essa riqueza”. O sindicato CGTP, que representa a maior federação sindical de Portugal, sustenta que as políticas salariais precisam ser revistas urgentemente para reduzir a desigualdade e proporcionar um nível de vida mais adequado à população trabalhadora.
O governo português, por sua vez, defende os acordos estabelecidos com a UGT e com as confederações empresariais, argumentando que os aumentos graduais são necessários para garantir estabilidade econômica. A CGTP, no entanto, mantém a pressão e promete novas mobilizações se as demandas de seus associados não forem atendidas.
*Com informações da Euronews.
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