Violência Contra Médicos no Brasil: Contexto, impactos e medidas propostas

O aumento da violência contra médicos no Brasil, com 38 mil Boletins de Ocorrência registrados entre 2013 e 2024, destaca a gravidade da insegurança enfrentada por esses profissionais. Casos de agressões físicas e ameaças são recorrentes, com uma média de dois incidentes por hora, levando entidades como o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Anadem a reiterar a necessidade de medidas protetivas e políticas públicas para garantir a segurança no exercício da profissão.
Levantamento do CFM revela 38 mil casos de violência contra médicos no Brasil entre 2013 e 2024, com maior incidência em hospitais e vítimas majoritariamente mulheres. São Paulo concentra metade dos registros, impulsionando debates sobre políticas públicas e a classificação do crime como hediondo.

Em Douradina (MS), o médico Edvandro Gil Braz foi esfaqueado e morto dentro de uma unidade de saúde, após o autor do crime demonstrar insatisfação com o atendimento prestado à sua esposa. Esse caso é apenas um exemplo de uma realidade alarmante no Brasil. O levantamento do Conselho Federal de Medicina (CFM) revela que, entre 2013 e 2024, cerca de 38 mil Boletins de Ocorrência (BOs) foram registrados envolvendo médicos vítimas de diferentes formas de violência, incluindo ameaças, injúrias, desacato e lesões corporais.

Crescimento dos Casos de Violência

De acordo com o estudo do CFM:

  • Em 2013, foram registrados aproximadamente 2,6 mil BOs, crescendo para 3,9 mil em 2023, representando um aumento de 35%.
  • A média atual é de 11 ocorrências por dia, o que equivale a dois incidentes por hora.
  • 66% desses crimes ocorreram em cidades do interior, e os principais agressores incluem pacientes, familiares e desconhecidos.

Perfil das Vítimas e Locais de Ocorrência

Os dados revelam padrões preocupantes:

  • Quase metade (47%) das vítimas são mulheres, com média de idade de 42 anos.
  • Os hospitais são os locais com maior incidência de violência (45%), seguidos por postos de saúde (18%), clínicas (17%) e consultórios (9%).

Distribuição Geográfica dos Casos

Entre os estados, São Paulo lidera com 18 mil BOs, ou 50% dos casos. O Paraná e Minas Gerais aparecem em seguida, com 3,9 mil e 3,6 mil ocorrências, respectivamente. Em Curitiba, capital do Paraná, 12% dos casos do estado foram registrados, enquanto Belo Horizonte concentra 22% dos registros de Minas Gerais.

Medidas Propostas para Combater a Violência

Desde 2018, o CFM tem orientado médicos a denunciar agressões e ameaças. No caso de violência física, é recomendado:

  1. Registrar um BO presencialmente.
  2. Realizar exame de corpo de delito.
  3. Comunicar as diretorias clínica e técnica.
    Além disso, a deputada Dra. Mayra Pinheiro propôs o Projeto de Lei nº 4002/2024, que classifica a violência física contra médicos e outros profissionais da saúde como crime hediondo, reforçando a gravidade do problema.

Papel da Anadem no Combate à Violência

A Sociedade Brasileira de Direito Médico e Bioética (Anadem) atua desde 1998 em defesa dos direitos dos médicos, promovendo debates e propondo soluções legais e estruturais. Raul Canal, presidente da entidade, destaca a necessidade de ações integradas para garantir a segurança dos médicos e melhorar as condições de trabalho no setor.

  1. Estatísticas de Violência (2013–2024)
    • 38 mil BOs registrados.
    • Crescimento de 35% no número de ocorrências entre 2013 e 2023.
    • 47% das vítimas são mulheres.
  2. Perfil Geográfico
    • São Paulo: 18 mil casos (50% do total).
    • Paraná: 3,9 mil casos, com 12% em Curitiba.
    • Minas Gerais: 3,6 mil casos, com 22% em Belo Horizonte.
  3. Locais de Ocorrência
    • Hospitais: 45%.
    • Postos de saúde: 18%.
    • Clínicas: 17%.
    • Consultórios: 9%.
  4. Medidas Sugeridas
    • Denúncias formais por meio de BOs.
    • Exames de corpo de delito para casos de agressão física.
    • Projeto de Lei nº 4002/2024 para tipificação como crime hediondo.
  5. Propostas de Segurança
    • Melhoria das condições de trabalho.
    • Políticas públicas de proteção e punição.
    • Campanhas de prevenção e conscientização.

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