Crescimento do número de médicos no Brasil destaca aumento da atuação na rede privada

A pesquisa do IBGE aponta que 29,7% dos médicos brasileiros atuam na rede privada, com um aumento significativo na profissão entre 2019 e 2023.
A pesquisa do IBGE aponta que 29,7% dos médicos brasileiros atuam na rede privada, com um aumento significativo na profissão entre 2019 e 2023.

Uma pesquisa recente realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou que o número de médicos no Brasil cresceu 23,6% entre 2019 e 2023. Em 2022, o país tinha 22,5 médicos para cada dez mil habitantes, enquanto, em 2023, esse número aumentou para 23,7, marcando um crescimento de 5,3% em um único ano. Apesar desse avanço, o Brasil ainda fica atrás de outros países, como o México, que possui 25,6 médicos para cada dez mil habitantes, e o Canadá, com 25. No entanto, o Brasil supera países como a República Dominicana, com 22,3, e a Turquia, com 21,7 médicos por dez mil habitantes.

O estudo também destacou que o aumento foi mais expressivo na rede privada. O número de médicos que atuam exclusivamente na saúde privada cresceu 29,7%, enquanto na saúde pública o aumento foi de 21,2%. Esse fenômeno é explicado, segundo Raul Canal, presidente da Sociedade Brasileira de Direito Médico e Bioética (Anadem), pelas melhores condições de trabalho e pela maior remuneração oferecida pela rede privada.

“Para diminuir essa desigualdade, o Governo Federal precisa adotar medidas que melhorem as condições de trabalho na rede pública, além de criar um teto mínimo de remuneração para os médicos, especialmente aqueles que atuam em regiões mais afastadas”, afirmou Canal.

A Anadem propõe que o salário mínimo para médicos seja de R$ 18.709,99 para uma jornada de trabalho de 20 horas semanais, valor superior ao estipulado pelo Projeto de Lei 1.365/2022, que sugere um salário de R$ 10.991,19.

A pesquisa também abordou a violência contra médicos no Brasil. Segundo dados do Conselho Federal de Medicina (CFM), entre 2013 e 2024, 38 mil Boletins de Ocorrência foram registrados, indicando que, em média, a cada três horas, um médico sofre algum tipo de violência enquanto trabalha.

“Embora a violência não seja exclusiva do SUS, muitos profissionais preferem trabalhar em hospitais particulares devido à maior sensação de segurança”, observou Canal.

Outro dado relevante da pesquisa do IBGE foi o crescimento expressivo da profissão de enfermeiro. O número de enfermeiros aumentou 39,2%, saindo de 260,9 mil, em 2019, para 363,1 mil, em 2023, consolidando-os como a categoria da saúde que mais cresceu no período. Canal enfatizou que tanto médicos quanto enfermeiros precisam de melhores condições de trabalho para poder oferecer serviços de qualidade, independentemente do setor em que atuam.

Principais dados sobre número de médicos no Brasil

Crescimento do Número de Médicos

  • Crescimento total entre 2019 e 2023: 23,6%.
  • Proporção de médicos por 10 mil habitantes:
    • 2022: 22,5.
    • 2023: 23,7 (aumento de 5,3% em um ano).
  • Comparação com outros países:
    • México: 25,6 médicos por 10 mil habitantes.
    • Canadá: 25.
    • República Dominicana: 22,3.
    • Turquia: 21,7.

Atuação na Rede Privada e Pública

  • Aumento de médicos na rede privada: 29,7%.
  • Aumento de médicos na rede pública: 21,2%.
  • Explicações para o maior crescimento na rede privada:
    • Melhores condições de trabalho.
    • Maior remuneração.

Remuneração dos Médicos

  • Proposta da Anadem:
    • Salário mínimo de R$ 18.709,99 para jornada de 20 horas semanais.
  • Projeto de Lei 1.365/2022:
    • Sugere salário de R$ 10.991,19.

Violência contra Médicos

  • Registros de violência (2013–2024): 38 mil Boletins de Ocorrência.
  • Média: um caso de violência a cada três horas.
  • Preferência por hospitais particulares:
    • Maior sensação de segurança.

Crescimento do Número de Enfermeiros

  • Crescimento entre 2019 e 2023: 39,2%.
  • Quantidade de enfermeiros:
    • 2019: 260,9 mil.
    • 2023: 363,1 mil.
  • Categoria da saúde com maior crescimento no período.

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