Julgamento do TJBA mantém inquérito sobre caso de lesão corporal grave durante evento em Guarajuba; Suposto autor é estudante de medicina 

Tribunal de Justiça da Bahia nega pedido de Habeas Corpus e determina a continuidade da investigação de Lucas Silva Guimarães por possível agressão grave imputada ao engenheiro civil Lucas Fonseca Nery Pergentino, em evento ocorrido em Guarajuba, Camaçari.
Tribunal de Justiça da Bahia nega pedido de Habeas Corpus e determina a continuidade da investigação de Lucas Silva Guimarães por possível agressão grave imputada ao engenheiro civil Lucas Fonseca Nery Pergentino, em evento ocorrido em Guarajuba, Camaçari.

A Primeira Câmara Criminal da Segunda Turma do Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA) julgou, em 5 de novembro de 2024, o pedido de Habeas Corpus apresentado pela defesa de Lucas Silva Guimarães, estudante de medicina, no caso de lesão corporal de natureza grave supostamente cometida contra o engenheiro civil Lucas Fonseca Nery Pergentino.

O fato ocorreu em 6 de janeiro de 2024, durante o evento “Farra de Verão”, realizado em Guarajuba, no município de Camaçari. O desembargador relator Pedro Augusto Costa Guerra negou o pedido, argumentando que o conjunto probatório apresentado até o momento é robusto o suficiente para justificar a continuidade das investigações e o julgamento na primeira instância.

Argumentos apresentados pela defesa

O advogado de defesa, Marcus Rodrigues, alegou que o inquérito, iniciado em janeiro de 2024, estaria causando constrangimento ao acusado, um estudante de 24 anos prestes a concluir o curso de medicina. A defesa destacou que a única prova apresentada seria o testemunho de uma amiga da vítima, sem reconhecimento formal do acusado, além de vídeos de baixa qualidade que, segundo o advogado, não identificam claramente os envolvidos.

Ainda segundo a defesa, o estudante compareceu voluntariamente à delegacia para prestar esclarecimentos, mas a autoridade policial não teria realizado o reconhecimento previsto no Código de Processo Penal. Por fim, o advogado criticou a demora no andamento do inquérito e ressaltou que o Ministério Público solicitou novas diligências em agosto de 2024, como a realização de perícia técnica, sem que houvesse conclusão até o momento do julgamento.

Decisão do Tribunal

O relator do habeas corpus, desembargador Pedro Augusto Costa Guerra, negou o pedido, afirmando que os autos contêm elementos suficientes para que a investigação prossiga na primeira instância. Segundo o magistrado, há indícios de autoria, sustentados por depoimentos e materiais audiovisuais anexados ao inquérito.

O relator destacou que a análise mais aprofundada das provas deve ocorrer em juízo, onde haverá possibilidade de contraditório e ampla defesa, e que o trancamento de inquéritos ou ações penais só é admitido em casos de evidente ausência de justa causa, o que não foi constatado no caso em questão.

A decisão foi unânime, acompanhando o parecer da Procuradoria de Justiça, que também opinou pela manutenção do inquérito.

Assistente de acusação espera julgamento célere 

O advogado assistente de acusação, Murillo Santana, afirmou que a decisão proferida pela Turma Criminal do TJBA é plenamente adequada e condizente com as particularidades do caso em questão. Ele destacou, ainda, a necessidade do prosseguimento Perante a Justiça de Primeiro Grau, considerando a gravidade concreta do delito.

“O trabalho como assistente de acusação teve início com o acompanhamento das vítimas e das testemunhas, garantindo que prestassem seus depoimentos na 33ª Delegacia de Polícia de Monte Gordo. A partir desse momento, realizamos a coleta e organização das provas que fundamentaram o Inquérito Policial, composto por elementos probatórios sólidos, como fotografias e vídeos. Esses documentos, como enfatizou o desembargador Pedro Guerra em seu voto, justificam e legitimam o prosseguimento do processo no âmbito da Justiça Baiana”, explicou o advogado.

Em relação aos próximos passos do processo, Murillo Santana informou que já solicitou sua habilitação nos autos em tramitação na Comarca de Camaçari. Ele salientou:

“A condução diligente e célere do processo é crucial, especialmente devido à gravidade dos fatos apurados. Estamos tratando de um ato de extrema violência, praticado contra um jovem que, apesar do profundo impacto sofrido, deposita plena confiança no Poder Judiciário para que a Justiça prevaleça.”

Inquérito Policial

O inquérito policial de número 8008525-57.2024.8.05.0039, instaurado sob a coordenação do delegado Celso Lima Bezerra, está sob a responsabilidade da 33.ª Delegacia Territorial (DT) da Polícia Civil, localizada em Monte Gordo, no município de Camaçari e foi remetido ao Ministério Público da Bahia (MPBA). O caso envolve como indiciado o estudante de medicina Lucas Silva Guimarães e como vítima o engenheiro civil Lucas Fonseca Nery Pergentino, sendo a infração investigada classificada como lesão corporal de natureza grave. A mordida desferida contra a orelha de Lucas Pergentino provocou laceração de 70% da órgão.

Os fatos investigados

A agressão teria ocorrido durante o evento “Farra de Verão”, popular festividade que atrai público diversificado em Guarajuba. A vítima, Lucas Fonseca Nery Pergentino, registrou boletim de ocorrência relatando lesões graves, cujo laudo pericial teria confirmado a gravidade., com amputação violenta de parte do órgão auricular (vestibulococlear).

*Os fatos constam no Processo Judicial de nº 8051645-73.2024.8.05.0000.

Confira vídeo

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