A Instituição Fiscal Independente (IFI) divulgou na quinta-feira (20/02/2025) em seu mais recente Relatório de Acompanhamento Fiscal, que a inflação e os juros altos continuarão pressionando a economia brasileira ao longo de 2025. O cenário, segundo a entidade, tende a afetar diretamente o ritmo da atividade econômica, mantendo o ambiente de incertezas no mercado.
O relatório aponta, contudo, que a recente valorização do real frente ao dólar pode mitigar parte das pressões inflacionárias. Essa apreciação cambial, se sustentada, pode contribuir para a convergência da inflação à meta estabelecida pelo Banco Central.
“A recente apreciação do real, supondo estabilidade nos demais fatores que impactam a inflação, pode reduzir parte das pressões sobre os preços ao consumidor. Em caso de nova depreciação cambial, num contexto de maior incerteza global e doméstica, o Banco Central poderá intensificar o aperto monetário, elevando o custo da desinflação sobre a atividade econômica,” avaliou a IFI no relatório.
Déficit primário deve respeitar a meta fiscal
A projeção da IFI para o resultado primário em 2025 indica um déficit de R$ 71 bilhões, o equivalente a 0,56% do Produto Interno Bruto (PIB). Apesar do resultado negativo, o valor permanece dentro do limite da meta fiscal estipulada pelo governo.
Nesse contexto, o relatório descarta a necessidade de contingenciamento de gastos, embora seja previsto um bloqueio de R$ 18,6 bilhões e o chamado “empoçamento” de R$ 15,7 bilhões – recursos que, embora disponíveis, não podem ser utilizados devido a restrições legais e orçamentárias.
Medidas fora do Orçamento aliviam a pressão fiscal
A IFI também destacou que ações fora do Orçamento, como a execução de R$ 12,5 bilhões do programa Pé-de-Meia e de R$ 8 bilhões do Fundo de Compensação de Benefícios Fiscais ou Financeiro-Fiscais (FCBF), criado pela reforma tributária, contribuirão para o cumprimento das metas fiscais de 2025.
O relatório ainda apresenta projeções relacionadas às despesas primárias do governo federal, ao comportamento da dívida pública e ao volume de títulos pós-fixados do Tesouro, que poderão ser impactados pelo cenário de juros elevados.
Perspectivas para 2025
O relatório sugere que, mesmo com a valorização do real, o Brasil enfrentará desafios consideráveis para equilibrar o crescimento econômico e o controle da inflação. O comportamento dos juros e das expectativas do mercado, aliados ao ambiente internacional, serão determinantes para a política econômica do Banco Central.
A manutenção de juros elevados pode frear investimentos e consumo, enquanto uma política fiscal rigorosa será essencial para evitar o agravamento das contas públicas.
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